Pular para o conteúdo principal

Postagens

Casamento “Que seja eterno enquanto dure...” ?

            Nem posso mais dizer a minha idade pois estou ficando datado. Depois de algumas décadas de existência, talvez por experiência, estou ficando um pouco retrógrado. Nos anos 80 enquanto o poeta Vinícius de Moraes e Toquinho tocavam violão em algum especial da Globo, a professora de Literatura nos levava a ler um poema do mesmo autor que se tornara muito popular naquele período “Soneto da Fidelidade” um belo texto. Ao final afirmava relativamente ao amor “Que seja infinito enquanto dure”. De tal forma essa frase se popularizou, atendendo a imperativos sociais, que acabou se transformando em “que seja eterno enquanto dure”, bastante popular no que tange a relacionamentos amorosos (e atualmente também quanto a empregos).             Nos início dos anos 80 um movimento que vinha subterrâneo ao longo dos anos acabou por emergir, era, sobretudo, uma necessidade social: o questionamento do casamento enquanto instituição - e principalmente, o papel da mulher no mesmo. Na época o s

A assexualidade como atoleiro sem saída na novela Travessia

Rudá (Guilherme Cabral) e Caíque (Thiago Fragoso) Começo me apropriando de uma nota do Jornal Estado de Minas, assim me economizo de dizer o óbvio e não uso o ChatGpt: “Caíque, personagem de Thiago Fragoso na novela Travessia, tem chamado atenção dos telespectadores. Ele namora a personagem Leonor (Vanessa Giácomo), e apesar de gostar muito dela, ele vive fugindo das investidas sexuais da namorada. No Twitter, muitos internautas tentam descobrir o segredo do rapaz, levantando hipóteses se ele seria gay, impotente ou carrega algum trauma.  Na realidade, Caíque é assexual, tema que a autora Gloria Perez quer abordar em sua na obra. Outro personagem que ajudará a levantar o debate é Rudá (Guilherme Cabral), que é atormentado pelo padrasto Moretti (Rodrigo Lombardi) com piadinhas sobre encontrar uma namorada. Os dois personagens apresentam aspectos distintos da assexualidade e ajudam a mostrar a diversidade mesmo dentro de uma mesma orientação sexual. João Pedro Vaz da Trindade Andr

A Descreditação. A confiança na informação em crise

Já tocamos no grave assunto do desletramento (matéria anterior do blog) e agora vamos para um mais sério ainda, a descreditação. A descreditação foi se infiltrando aos poucos em nossas vidas e agora vai avançando a passos largos. É um fenômeno de todo grave, talvez um dos mais graves que já enfrentamos. Boa parte da nossa população ainda não chegou nesse estágio, mas a parte com maior nível cultural já está vivendo plenamente, e praticando, a descreditação.              Um parágrafo sem dizer o que é, parece até desejo de fazer suspense. Talvez seja. Talvez algum cansaço de colocar “des” antes das palavras, aquilo que “não é mais”. O politizado vira despolitizado, o crente/descrente, o armado/desarmado, o que tem crédito/descreditado. Este processo é a simples atitude de dar credito ou não às informações (e a tudo o que elas contêm e suas consequências). Primeiramente - anos 80/90 - tínhamos um volume menor de informações, então escolhíamos duas ou três fontes, como jornais diferen

O Moinho q... na V Feira de Livros da Unesp

  Olá!  A *V Feira do Livro da Unesp* já tem data para acontecer: de *12 a 16 de abril*, em formatos presencial e virtual.  A minha editora Literare Books International será uma das expositoras desta edição e o meu livro estará à venda com 50% de desconto!!! O evento presencial ocorre do dia 12 a 15 de abril, das 9h às 21h, e 16 de abril, das 9h às 18h, no campus da Unesp em São Paulo, localizado na Rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz 271, ao lado da Estação Palmeiras–Barra Funda do Metrô ou acesse o link na bio. Vai ficar de fora desta oportunidade? Aproveite que é por tempo limitado!   *_Link para adicionar na bio:_*   https://loja.literarebooks.com.br/feira-unesp

Livres e libertadores foi como minha Mãe nos fez!

                  Numa tarde calorenta, em 1980, na sala de casa, uma mãe zelosa esforçava-se por fazer seu papel. A cena estava posta da seguinte forma, os três passando pela sala como quem fosse para outro lugar, a menina mais velha de 16 anos, o menino de 12 e a Mãe com 34. Formavam um triângulo. “Luiz, a mãe quer falar com você!” disse ela chamando-lhe, e cada um parou exatamente onde se encontrava. A irmã já ria meio constrangida. Na verdade, segurava o riso para não gargalhar. A mulher, assumindo ares importantes, foi dizendo: “Bem, eu tenho de te explicar um negócio. É obrigação do teu pai, mas não dá para esperar por ele...” O garoto respirou fundo, ao ouvir a referência ao pai, sem saber ao certo o que viria, e concordou, “tá...” A mulher buscou agir com normalidade, fingindo não estar constrangida, continuou: “Você já está numa idade em que começa a virar homem...” Instintivamente ele se preparou para o pior. “Na televisão diz que a gente deve ensinar essas coisas... Mas

Dá-lhe Lama! - O caso do Dalai Lama ou “colocando a pimenta na libélula!”

        Assim recebi o incidente envolvendo um público grande, uma criança - provavelmente acompanhada pelos pais - e o Dalai Lama. “Chupa a minha língua!” Dizem que foi o que o venerável falou para uma criancinha, e deve ter posto a língua para fora. Usando de cinismo, posso dizer: A criança não chupou, então ele obedeceu a regra de que “não é não!”, devia estar tudo certo, não é mesmo?! Dalai Lama sendo atacado pela pomba da paz Minha primeira reação foi rir, e o fiz com naturalidade. Pois para mim não deve ter passado de um gesto bem humorado de um avozinho para uma criança, que não significa que é para chupar-lhe a língua de fato, mas para que a criança diga algo como: “que nojo!” e o avozinho riria. Pena que O Dalai Lama não é avô de ninguém e não notou que o ocidente mudou muito e rapidamente. Insinuar que este homem fez um gesto pedófilo só me faz imaginar que tipo de pessoa é capaz de pensar este tipo de coisa e divulgar idéias tão estúpidas quanto estas. Vi até mesmo um cole

Lady Grantham na padaria

        Neste domingo último, bebíamos um café na tradicional Padaria Romana, no Cambuí. Em Campinas é o equivalente a tomar um café em Moema ou no Jardins em São Paulo. Não sou um habituè, por que é um pouco distante de casa. Incrivelmente não é um lugar caro. Entretanto, possui um “aura” que atrai algumas pessoas e afasta outras. Este aura que te expulsa dos lugares quando ele aparenta ser caro demais para o seu bolso. O que aprendi na vida é a entrar em lugares assim, sempre são surpreendentes e às vezes baratos. Até mesmo em Supermercados carérrimos como o Pão de Açúcar e o Saint Marchè possuem gêneros de primeira necessidade com ótimos preços. Então, nada me impede de curtir um ambiente agradável e fazer algumas comprinhas. Quem não se sente à vontade para entrar nem nesses lugares e nem em muitos outros, exatamente por causa desse aura de “isso não te pertence” passa a acreditar que todo mundo que entra ali (ou está bebericando um café nas mesas) seja um abastado baronete local