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Mostrando postagens de 2022

Natal de um Não Cristão

              Este ano me sinto compelido a desejar Feliz Natal. E os que me conhecem mais proximamente vão me questionar “mas você não é cristão?!” . Bem... eu poderia responder “Nem Jesus” mas seria tolice. Jesus tinha seu nascimento comemorado em março no inicio do Cristianismo, não me lembro se 18 ou 20... uma data estranha assim. Dizem que ele era de Peixes (então acho que e eu ele não nos daríamos bem, heheheheh). Posteriormente mudaram a comemoração para 25 de Dezembro, dia dedicado ao Sol Invencível , nosso caro amigo o Deus Mitra , cujo grande poder era derrotar as trevas, santificando e renovando a vida. Um Deus de soldados, todos sabiam disso.             Nas reflexões de um não Cristão cabem coisas estranhas, como imaginar, de boa vontade, e se fosse verdade? E se existisse um Filho de Deus e se este filho composto sabe-se lá de quantas galáxias siderais, este amálgama de sonhos de que se compõe o universo continuamente se formando, deformando, reformando, desconstruin

Cheque mate no golpismo!

             Alguns têm dito que o Brasil está dividido, como se existissem duas forças antagônicas conscientes se debatendo. Ouso dizer que a divisão é aparente, pois não é que haja duas forças se batendo. O que há é que uma parte importante - a maioria da população - se tornou consciente politicamente. Uma terça parte – apesar dos seus esforços -, foi seduzida e enganada por uma avassaladora força de notícias e propagandas enganosas. E só uma pequena parte, muito pequena – mas barulhenta e violenta – se traduz pelo ódio e cultivo de valores de exclusão.                 Em 1964, apesar das pessoas não gostarem que se o diga, o Golpe teve apoio amplo para que ocorresse. Talvez ninguém quisesse que se tornasse uma ditadura e que se mantivesse tanto tempo no poder. Em 1985 o país se redemocratizou. E de alguma forma quiseram nos fazer acreditar que nos concederam a Democracia. Como se fosse possível fazer calar o grito das “diretas Já!” Nesse percurso todo as elites econômicas, e po

Diante da morte de Elizabeth II, compostura, por favor!

  Morreu Elizabeth II, uma grande perda. Fico triste, mais uma das minhas referências culturais do século XX apagou-se da existência. É como ficar um pouco mais só. O que me incomodou não foi tanto sua morte, pois era esperada, mas as manifestações grosseiras e vulgares nas redes sociais. Muitas delas de pessoas bem formadas, e informadas. Expressões de ódio contra a Inglaterra, Império Britânico ou seja lá qual for o nome que você deseja dar. Uma potência que quase faliu, mas que sob a égide da Rainha alcançou dias melhores.                 É lamentável que as pessoas confundam a humanidade de Elizabeth com o passado britânico inteiro. Sim, ela era o chefe de Estado. Sim, ela representava o Reino Unido. E não, isso não fez dela uma pessoa deplorável. O que se louva à Elizabeth é o seu senso de dever; que cumpriu com graça e misericórdia. Suportou a mesma carga das mulheres que muito sofrem em todos os países. Teve sua vida pessoal, seus sonhos, sua intimidade, esmagada por uma p

Nascimento e destino. Coisas que você precisa entender e saber.

              “Ninguém tem culpa de nascer pobre, na miséria, na classe média, ou rica”. É o que te ensinaram. Pois parece certo que por nascimento (que não escolhemos) temos um caminho a trilhar na sociedade. Então se é rico, mesmo sendo uma pessoa boa, você não se sentirá culpado por ser. E desfrutará da sua condição. Se você for bom, será razoavelmente produtivo. Mas não tem porque ser bom ou ruim, pois já atingiu o céu na terra, não é mesmo?! E se os outros não têm o mesmo é por que não fizeram por merecer. É natural para os pássaros caminharem por sobre as nuvens, mas não estamos falando de pássaros, né?! Você não precisa viver como Sísifo             Se você teve a sorte de nascer na classe média (existem várias, a baixíssima, a baixa, a média, a média-média, a média quase alta, a média alta e a média que acha que é rica), a classe que acha que tudo vai bem, pois ela não está na merda. Nessa classe tudo é um pouco pior, pois pode até não ter real acesso a riqueza, mas vive co

O tamanho do pênis como uma questão social séria ou Pau Pequeno Fobia

                  Inspirado pelas “sábias palavras” da musa do Botafogo, que defendeu “aumento peniano no SUS, desejosa de “democratizar o pirocão”. Acho o pedido dela justo uma vez que, pela imagem, dava para se perceber as próteses de silicone nos seios. Se ela fez sacrifícios nada mais adequado que os peça também. O assunto de que irei tratar e da forma como irei tratar pode chocar algumas sensibilidades. Então se você for uma pessoa muito sensível e me tem em alta conta, pare agora de ler. Isto manterá seu respeito por mim e não te deixará constrangido (a). Será inevitável que algumas pessoas ao lerem deem pequenos ou grandes sorrisos ou gargalhem, mas o assunto é sério. A primeira vez que tratei dele assunto foi no meu livro Noite Escura, onde o personagem Aneus possui um membro enorme e isso lhe causa dificuldades. Isso já era minha forma de alertar para esta questão que afeta a psicologia, sensibilidade e virilidade do homem latino. Vou falar sobre a Pau Pequeno Fobia. Para qu

Eu acredito no livro!

             Sim, eu acredito no livro! Alguns dizem que creem em Deus, mas eu creio no livro. Não vai aqui nenhum desprezo para a tradição verbal e a experiência mística e as vivências sensoriais do ser humano, não. Muito pelo contrário. Entretanto, a “tradição” há muito tempo é passada por livros e sempre com a nota de rodapé que diz: “a tradição...” “O” livro, e não “um” livro, foi o melhor suporte – como dizem hoje – encontrado pela humanidade para passar seu conhecimento adiante. Conhecimento e tudo o que isso significa: ficção, diversão, matemáticas, música, medicina, etc.             “Praticamente uma internet” você me diria. Não, a internet é uma espécie de lago gigantesco, extremamente raso na maior parte do tempo; em alguns lugares possui profundos buracos nos quais você afunda e não volta mais. Suas águas plácidas e paradas têm pouco oxigênio e por isso suportam apenas algumas formas de vida muito simples ou perniciosas e daninhas. Os peixes mal conseguem respirar, ocorr

Manhã de Sol, a condição da mulher

              Em acolhimento ao Dia da Mulher publico um pequeno, trecho do livro Manhã de Sol. É de coração que escrevo este livro já há oito anos.                     “- O que irias tanto dizer à Alcmene? Murmurou, Eunice, demonstrando interesse pela outra, que à sua maneira também vivia em estado de servidão.             Atirando um pequeno graveto ao fogo, Atíficlis, respondeu desarmada, tímida e triste, como se buscasse apaziguar a dor dentro de si:             - Ora, eu iria contar como o mundo nos trata. Iria mostrar para ela o que não sabe, o que é ser mulher. E depois disso, se ainda desejasse, ensinaria a domesticar os homens...             - Pelos homens não me interesso, - afirmou Eunice -, diga-me então o que não sei sobre ser mulher?! Faltam-me jóias e maquiagens?! Diga-me, para que essas coisas servem?             - Todas as coisas servem aos homens, mesmo aos homens que não sabem que delas se servem.             Deixou a frase mergulhar no silêncio e parec

Aquelas dez horas por dia... ou O desempregado

            Quando nos tornamos desempregados, e demoramos muito para nos recolocarmos, caímos num estranho limbo para o qual ninguém nos preparou. O que mais incomoda é ver o apoio que inicialmente vinha de amigos e familiares transformar-se em velada crítica: “ele não se esforça o bastante”, “é muito exigente”, “só reclama”, “não faz nada”, “não tem assunto...”  “Não se distrai!”, “Precisa viajar!”, “Pensar em outras coisas!” Entretanto a maioria deles não participa da sua vida diretamente e nem te ajuda de verdade, e nem te ouviu reclamando. A melhor parte mesmo é quando não falam mais contigo, pois têm pena e não sabem o que dizer. Depois de algum tempo, você que sempre foi um bom, se não um ótimo profissional, começa também a se questionar. Se eu era bom, por que não achei emprego ainda? Se eu era bom por que as pessoas não me vêm mais com bons olhos? Por que me cobram investimentos que eu não tenho dinheiro para fazer? Por que depois de tanto estudar sempre me dizem que preciso

Não falarei da Morte

  N ão falarei da Morte, mas do seu resultado: a ausência de quem morreu. O termo ausência não o descreve bem, pois sempre está chamando o seu contrário, a presença. É como dizer, partiu. Entretanto não haverá retorno, não pode voltar. Ficamos inutilmente tentando minimizar o assombro aterrador desse abismo. Abismo também não é uma boa palavra, pois tem um lado de cá e um lado de lá. Para os vivos não existe lado nenhum só há o “cá”. Ao longo das décadas que convivemos com a pessoa fazemos coisas juntos, amamos, brigamos, sofremos, sorrimos, damos beijos, abraços, sentimos cheiros. Vivemos momentos únicos e transformadores. Nós não somos uma pessoa inteira estando sós. O que somos está também preservado nos sentimentos e memórias dos outros. Nosso melhor sorriso não fomos nós que vimos, mas alguém o levou para si. Nossos gestos de dor, conquistas e vitórias, aquela luz que recaiu sobre nós num pequeno instante, nós os sentimos, mas não nos pertenceram. Pois foram e são levados pelo