Sempre restará o Crochê Das diversas solidões que existem uma é mais comum a todos nós, ou será: a Solidão no Tempo. Em outras palavras, sobreviver a quase todo mundo da sua geração e ao mesmo tempo ter mudado de lugar ou visto as coisas se transformarem completamente. Essa solidão é inexorável, só não ocorrerá se você morrer antes. Em meu prédio há uma senhorinha (digo-o assim, pois é carinhoso) que tem provectos 98 anos. Ela caminha muito bem e sai todos os dias para dar uma agitada volta no quarteirão imenso no qual moramos. E sempre a encontro no meu passeio com os pinschers. De longe já vou cumprimentando-a e dando “dois dedos de prosa”, vejo-a com alegria e simpatia. Já segredou a todos que me adora, pois segundo ela, “ele não tem vergonha de falar comigo na rua”. Meu coração despedaça cada vez que ouço algo assim. Faço questão de...
Blog do Escritor, historiador e prof.Dr. em Multimeios Luiz Vadico. Destina-se à publicação de contos, poesias e assuntos diversos. O autor dedica-se atualmente a uma série de contos natalinos e a um romance.