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Mostrando postagens de abril, 2023

A guerra dos sexos - Uma Aventura com O Pequeno Príncipe (fase adulta)

Num destes dias de dolce far niente o Pequeno Príncipe passou no meu apartamento   e me levou para conhecer coisas novas no universo. Apareceu meio do nada enquanto eu trabalhava no escritório, quando olhei pela janela lá estava ele acenando com seu ganso gigante.   Depois de tanto tempo de publicado (ele já tem mais de 21 anos), não tive dúvidas, joguei-me no ganso em busca de aventuras. Depois de muito cavalgarmos na sua ave gigante, o Príncipe que se tornara um belo jovem, loiro de olhos azuis - ou do jeito que seus desejos quiserem imaginar -, arremessou-nos em direção ao espaço sideral. E viajamos na velocidade da imaginação, tantas vezes mais rápida do que a luz. Num instante chegamos a um pequeno planeta. Não era o dele, e nem o planeta do bêbado que conhecemos de outra estória. E cuja companhia aprendeu a valorizar ao longo dos anos. Este era um planeta novo para nós.                 Em nossa aterrissagem parecia que havíamos chegado em má hora. Tudo ali era branco, até me

Por que Leonardo? Ou A Mona Lisa é feia. “Libélulo” contra a moscamortice cultural.

              Estou na fase de muitos incômodos. Deve ser falta de ter o que fazer. Mas já se perguntaram por que Leonardo da Vinci é citado tantas e tantas vezes? É difícil passar uma semana sem que seja lembrado de alguma forma em algum lugar. Outro que nem pediu tanto, foi Einstein. Como falam do coitado. Faz uns quinze anos que a bola da vez virou o Tesla, antes ninguém tinha ouvido falar dele (ou se ouviu não prestou atenção). Hannah Arendt era apenas conhecida no reduto sagrado, agora é a própria “banalidade do mal”. Ás vezes eu gostaria de saber quem é que escolhe as pessoas que irão virar “popstar”, ou como adoram vomitar por aí: ícones da cultura*. O mais interessante é que quem escreve os artigos parece nunca se perguntar o porquê de os estar escrevendo afinal. Quando querem mudar de assunto desenterram algum artista importante que eles mesmos ignoravam. Tudo muito reducionista. Qualquer macaco hoje, antes de comer uma banana, aponta um quadro de VanGogh. Só Van Gogh! Afina

Casamento “Que seja eterno enquanto dure...” ?

            Nem posso mais dizer a minha idade pois estou ficando datado. Depois de algumas décadas de existência, talvez por experiência, estou ficando um pouco retrógrado. Nos anos 80 enquanto o poeta Vinícius de Moraes e Toquinho tocavam violão em algum especial da Globo, a professora de Literatura nos levava a ler um poema do mesmo autor que se tornara muito popular naquele período “Soneto da Fidelidade” um belo texto. Ao final afirmava relativamente ao amor “Que seja infinito enquanto dure”. De tal forma essa frase se popularizou, atendendo a imperativos sociais, que acabou se transformando em “que seja eterno enquanto dure”, bastante popular no que tange a relacionamentos amorosos (e atualmente também quanto a empregos).             Nos início dos anos 80 um movimento que vinha subterrâneo ao longo dos anos acabou por emergir, era, sobretudo, uma necessidade social: o questionamento do casamento enquanto instituição - e principalmente, o papel da mulher no mesmo. Na época o s

A assexualidade como atoleiro sem saída na novela Travessia

Rudá (Guilherme Cabral) e Caíque (Thiago Fragoso) Começo me apropriando de uma nota do Jornal Estado de Minas, assim me economizo de dizer o óbvio e não uso o ChatGpt: “Caíque, personagem de Thiago Fragoso na novela Travessia, tem chamado atenção dos telespectadores. Ele namora a personagem Leonor (Vanessa Giácomo), e apesar de gostar muito dela, ele vive fugindo das investidas sexuais da namorada. No Twitter, muitos internautas tentam descobrir o segredo do rapaz, levantando hipóteses se ele seria gay, impotente ou carrega algum trauma.  Na realidade, Caíque é assexual, tema que a autora Gloria Perez quer abordar em sua na obra. Outro personagem que ajudará a levantar o debate é Rudá (Guilherme Cabral), que é atormentado pelo padrasto Moretti (Rodrigo Lombardi) com piadinhas sobre encontrar uma namorada. Os dois personagens apresentam aspectos distintos da assexualidade e ajudam a mostrar a diversidade mesmo dentro de uma mesma orientação sexual. João Pedro Vaz da Trindade Andr

A Descreditação. A confiança na informação em crise

Já tocamos no grave assunto do desletramento (matéria anterior do blog) e agora vamos para um mais sério ainda, a descreditação. A descreditação foi se infiltrando aos poucos em nossas vidas e agora vai avançando a passos largos. É um fenômeno de todo grave, talvez um dos mais graves que já enfrentamos. Boa parte da nossa população ainda não chegou nesse estágio, mas a parte com maior nível cultural já está vivendo plenamente, e praticando, a descreditação.              Um parágrafo sem dizer o que é, parece até desejo de fazer suspense. Talvez seja. Talvez algum cansaço de colocar “des” antes das palavras, aquilo que “não é mais”. O politizado vira despolitizado, o crente/descrente, o armado/desarmado, o que tem crédito/descreditado. Este processo é a simples atitude de dar credito ou não às informações (e a tudo o que elas contêm e suas consequências). Primeiramente - anos 80/90 - tínhamos um volume menor de informações, então escolhíamos duas ou três fontes, como jornais diferen

O Moinho q... na V Feira de Livros da Unesp

  Olá!  A *V Feira do Livro da Unesp* já tem data para acontecer: de *12 a 16 de abril*, em formatos presencial e virtual.  A minha editora Literare Books International será uma das expositoras desta edição e o meu livro estará à venda com 50% de desconto!!! O evento presencial ocorre do dia 12 a 15 de abril, das 9h às 21h, e 16 de abril, das 9h às 18h, no campus da Unesp em São Paulo, localizado na Rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz 271, ao lado da Estação Palmeiras–Barra Funda do Metrô ou acesse o link na bio. Vai ficar de fora desta oportunidade? Aproveite que é por tempo limitado!   *_Link para adicionar na bio:_*   https://loja.literarebooks.com.br/feira-unesp

Livres e libertadores foi como minha Mãe nos fez!

                  Numa tarde calorenta, em 1980, na sala de casa, uma mãe zelosa esforçava-se por fazer seu papel. A cena estava posta da seguinte forma, os três passando pela sala como quem fosse para outro lugar, a menina mais velha de 16 anos, o menino de 12 e a Mãe com 34. Formavam um triângulo. “Luiz, a mãe quer falar com você!” disse ela chamando-lhe, e cada um parou exatamente onde se encontrava. A irmã já ria meio constrangida. Na verdade, segurava o riso para não gargalhar. A mulher, assumindo ares importantes, foi dizendo: “Bem, eu tenho de te explicar um negócio. É obrigação do teu pai, mas não dá para esperar por ele...” O garoto respirou fundo, ao ouvir a referência ao pai, sem saber ao certo o que viria, e concordou, “tá...” A mulher buscou agir com normalidade, fingindo não estar constrangida, continuou: “Você já está numa idade em que começa a virar homem...” Instintivamente ele se preparou para o pior. “Na televisão diz que a gente deve ensinar essas coisas... Mas