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A Arte de Educar: os Filhos

Sempre desejei escrever algo sobre educação, não sobre ensino, ao menos por enquanto. Adoro crianças, uma de cada vez, claro; e sinto-me lisonjeado quando uma delas me dá atenção, e sempre lhe devolvo respeitosamente a atenção que ela me dá tratando-a como ser humano completo (apenas não maduro). Não tive filhos e eles não estão em meus planos, e parece também que não se coadunam com minha condição. Então com que autoridade eu falaria de educação de filhos? Com a autoridade de filho. É como filho, que respeita, ama e é grato aos pais, que escrevo as máximas abaixo. É olhando para o que eles são, fizeram e fazem, que ouso indicar um caminho. A nossa experiência. Da dignidade humana Das várias lições que aprendi tem uma marcante. Eu tinha em torno de cinco anos quando nos mudamos do sítio para a cidade. No início dos anos 70 havia um “tipo”, o caipira. Eu e minha irmã éramos típicas crianças caipiras, andávamos de cabeça baixa, sempre de olhos postos no chão. Quando riamos l...

Inimigos Cordiais

        Hoje resolvi escrever sobre algo que está se tornando cada vez mais importante no meu comportamento. Quando vejo, não apenas estou praticando, como recomendando para as pessoas que o façam. Tem sido benéfico, tem funcionado. Essa prática me deixou menos ansioso, mais em paz e evita mal entendidos. Estou falando de uma coisa que todo mundo conhece, mas pouca gente pratica: o diálogo.           Algumas pessoas acreditam que dialogar é simplesmente estar diante do outro e falar o que se pensa. Não, infelizmente não é bem assim. Pois podemos falar num tom de voz que faz com que o outro se feche para as nossas idéias e sentimentos. O outro, geralmente, reage ao que dizemos, e reage conforme o conjunto de nossos sentimentos e atitudes, que estão todos colocados e expressos em nossa fala. Dialogar significa também dominar a melhor forma de fazê-lo. Então, dialogar significa bem mais do que simplesm...

Sobre o objeto "Livro"

Não sou um saudosista, e sempre fui dos que saudaram a literatura virtual e digital, no entanto, jamais fui pelo fim do objeto livro. Quem lê sabe que há muita coisa boa e interessante neste amigo que nos acompanha ao longo dos anos. Quem nunca cheirou um livro? Quem nunca apertou contra o peito aquele livro de poesia que nos enchia de sentimentos novos ou que traduzia à perfeição aquilo que não diríamos a nós mesmos por falta de força na expressão? Sou muito tátil e muito sensorial, então, ainda me lembro do cheiro dos gibis dos anos setenta, cheiro ácido e áspero, e também do catálogo da Avon, cujo cheirinho fazia a minha delícia infantil. Ainda bem que os livros melhoraram de qualidade e há muitos hoje que cheiram catálogo da Avon, rs. Mas quem não sabe o que é o delicioso cheirinho de um livro antigo? Aquele de onde a acidez da tinta nova já desnaturou e sobrou apenas um delicado perfume adocicado? É, o livro tem muito mais coisas do que informação... Agora tentem cheirar um...

Mártir ou herói?

"Se um dia te elegerem mártir, recusa. Se te elegerem herói recuse mais rápido ainda. Ninguém é mártir ou herói por que lhe impuseram. Ambos são resultado de caminhos escolhidos. Pelo que se sabe, ambos são ruins, o primeiro destrói o corpo de alguém importante: você; o segundo, destrói o espírito."

Presentes

"A vida sempre nos dá presentes; aprenda a aceitá-los. Aprenda também a aceitar os presentes mais adequados ao seu caminho. O que não lhe interessar, apenas deixe, interessará a alguém. Nesta condição estão as cargas que lhe impõem e que não lhe pertencem. Seja educado, o dono delas aparecerá cedo ou tarde, não se perturbe."

Rumos

"Não se perturbe com perguntas como: quem sou? De onde venho? E, para onde vou? O certo é que você é, não obstante a sua origem - ela se perdeu. Você já está e isso é o que importa. Para onde vai? A pergunta é inócua, à sua volta já estão os caminhos. Todos são corretos quando trilhados por um coração correto. De que adianta dizer que irá para o céu? Que depois das montanhas existe um inferno, um paraíso? Importante é mudar as perguntas: Sou! Como sou? Estou! Onde e como estou? Com que atitude desejo trilhar os caminhos? Responda essas perguntas. Ao contrário das outras, elas têm resposta."

Relações autoritárias - Parte I

Há muitos anos atrás, quando eu era um estudante de História, ouvi dizer que o Brasil era um país autoritário, que o brasileiro era um povo muito autoritário, e que isso se devia à nossa triste tradição escravocrata. Naquela época, fui contra, pois para todos os lados que eu olhava não via nada disso. O “brasileiro” - este conceito estranho que envolve milhões de pessoas num país de dimensões continentais, parece-me mais do que um atributo de identidade nacional um artifício de linguagem para dizer “nós”-, parecia-me tudo, menos autoritário. Fui criado com as idéias de que “nós” somos cordiais, afáveis, gentis, alegres, festivos, sorridentes, persistentes, fortes e batalhadores. Alguma coisa disso devemos ser... Então, onde é que estava o tal do autoritarismo? Provavelmente nos primeiros quatrocentos anos de História do Brasil. Porém, quatrocentos anos são quatrocentos anos. Uma pequena população aprendeu a ser donos e donas de escravos. Escravos aprenderam a serem escravos (e também ...

O passado bate à porta, o que fazer?

Quando o passado nos bate à porta às vezes ficamos aturdidos e receosos. Devo abrir a porta e deixar entrar? O que ele quer de mim? Bem, se não abrirmos nunca saberemos. É surpreendente o número de vezes que vivemos essa situação. Velhas contas não acertadas, antigos amores mal resolvidos, mágoas e dores, e muito poucas vezes a alegria. No entanto, existe real felicidade em se abrir essa porta, acolher o que foi, resolver e deixar partir. Sempre é constrangedor. Sempre haverá palavras que parecem morrer no ar em meio a uma conversa. Olhares que se desviam e se perdem pela decoração da casa. E quando o passado vai embora. Temos a boa sensação de ter feito a coisa certa. Mas resta uma espécie de vazio. Coisas não resolvidas ocupam muito espaço de nossa vida mental e emocional. E ficam lá no fundo de nosso coração, de nossa memória, aguardando, fermentando, causando pequenos males, mudando nossos caminhos. Quando finalmente resolvemos, não há mais nada lá... aí o vazio. Bem... sempre tere...

O Amante Rejeitado

Aquela, de fato, fora sua última tentativa. Esqueceria os seus sentimentos. Afinal, não seria a primeira vez. Atirou algumas roupas sujas de uma poltrona para outra. Jogou os pés sobre a mesinha de centro e fitou as pontas dos seus sapatos. Repouso. Em algum lugar duas pastilhas de Son-Risal caem borbulhantes num copo d’água. Alguém abre uma cerveja e arrota a lata numa mão calejada. Ela continuava com o outro, esta era a realidade. Nunca fora sua. Disputara as sobras todos aqueles anos. Cansara das falsas esperanças que as varizes novas dela prometiam. O tempo passara e desgastara as circunstâncias. Um cachorro vira-latas derruba um latão de lixo e rosna para o outro que se aproxima da guloseima. Pisca um neon da Coca-Cola, faiscando vermelho e branco pelos prédios e árvores no centro da cidade. Fizera um longo tricô de sonhos e para cada situação possuía um papel de ator secundário. Fizera papel de criança rebelde, melhor amigo, conselheiro, confessor, padre e santo. Fatigara-se...

APORIA (Ele, Ela e o Gato!)

O fato é que não sabia exatamente o que ocorria. Assim mesmo saiu despreocupadamente. Assoviava uma música de Gershuin, o rítmo enjoado o embalava pelas ruas, como se estar vivo fosse tudo o quanto bastasse. Comprou pão e mortadela, iria ser o jantar. Um vento frio cantava por sob a aba do chapéu côco e as orelhas escondiam-se por detrás de um cachecol mostarda, possivelmente aguardando a partida do inverno. Interrogara-se à respeito da noite anterior: _ Fôra fim ou começo? Sabia que muito tempo se passara, logo não era começo e sim meio. Meio. Meio-termo. Da mesma forma que a metade de um todo e várias partes deste mesmo. Meio de caminho... possibilidade de inteiração. Enfim, não era começo. Seria o final? Acalentava a dúvida. **************************** 25 de agosto. Meu Diário, ontem nós jantamos pão com mortadela. E pensando bem, ante-ontem também e até onde a lembrança alcança não tivemos outro prato para o jantar desde que nos conhecemos. Dessa vez porém, foi o fim...

Botão de compras para os Livros

Olá, na busca de melhorar o contato com os amigos e leitores, coloquei um "Botão de Compras" no Blog. Tenho certeza de que tudo funcionará bem. O PagSeguro é realmente seguro, rápido e eficiente. Mas, para que serve este botão de compras? Maria de Deus já não está à venda nas livrarias? Pois é, está sim, no entanto, os livros comprados aqui me beneficiam diretamente. No futuro desejo colocar mais livros à venda. Parte efetiva da renda dos meus livros será direcionada à dar continuidade às minha publicações. Obrigado àqueles que comprarem, muito obrigado àqueles que divulgarem, mas mais obrigado ainda àqueles que partilham do meu trabalho, seja ele pago ou gratuíto. Um forte abraço Luiz Vadico

Mercado Editorial

Atualmente estou me preparando para uma luta. Ter visibilidade, aparecer no mercado editorial, virar escritor para as massas. Nunca me pareceu importante, mas por alguma razão, tenho querido mais e mais ser lido. Desejo viver da minha literatura, nem que seja como artesão. Sapateiros vivem de fazer sapatos. Costureiras de seus vestidos, e assim desejo seguir a lógica, encontra-me comigo mesmo, escritor vive de seus escritos. Espero que os leitores gostem do meu produto. Por que mais do que um produto, ele faz parte da minha vida, é feito com carinho, às vezes com dor, às vezes com sangue, às vezes com ternura. Por isso sinto-me um artesão, cada conto, cada poema, cada crônica... é assim, feito com tempo, nada de fábrica  de escritos, nada de produção em série, é feito por que precisa ser feito, é feito por que é oque sei fazer de melhor. Um grd e bom dia para todos!
         Os (as) amigos (as) leitores (as) que visitam meu Blog irão perceber algumas alterações. O Layout, o pano de fundo e mais duas páginas para abrirem e se divertirem. O Blog está com uma cara mais séria. Acho que isto se deve ao meu desejo de começar a divulgar a minha literatura que já foi impressa. Neste sentido, comecei pelo começo. Página para Maria de Deus , meu primeiro livro. Ele se encontra à venda e é facilmente encontrável nas livrarias virtuais, É só gugar o título entre aspas e pronto. Espero, para breve colocar uma opção de compra no Blog, assim, os que desejarem poderão beneficiar o autor diretamente. rs. Logo colocarei outras publicações, aguardem.         Maria de Deus , apesar do tamanho (só 81 páginas) foi um livro complicado de escrever. Ele foi desenvolvido entre 1994 e 1995. Eu havia acabado de me formar e passava pelas indefinições entre religião e mundo. A idéia nasce...

As coisas

Mais uma vez ele estava esperando...aguardando..não saberia dizer quantas vezes ele faria isso ainda. Mas sim. Isto não era a melhor coisa do mundo. Olhar para as paredes e imaginá-las como se fossem longas muralhas de pedra de cidades antigas não o acalmavam. Mesmo assim era o que fazia. Por dentro das suas muralhas ele sentia-se oprimido. Enclausurado. Feito prisioneiro de si mesmo. Não saberia escalar aqueles altíssimos muros. Apenas olhava-os debaixo para cima sentindo-se completamente anulado por aquela fortaleza imensa construída por sua vontade. Do lado de fora multidões como se fossem uma vaga do mar, ameaçando fazer soçobrar aquelas pedras tão bem alinhadas. Mas tudo era inútil contra aquela inquebrantável barreira. Enfim, considerou que estava perdido em si mesmo, pois ninguém conseguia entrar e ele também não conseguia sair. A sala, arrumada de forma simétrica mergulhava numa luz penumbrosa. Ele dizia ser sensível á luz, por certo o era. Talvez preferisse as trevas...talve...