Não podemos continuar com a relação positiva que temos com as inovações tecnológicas. Precisamos separar as supostas facilidades que os smartfones trouxeram para as nossas vidas (e muitos problemas também), o entretenimento que eles proporcionam, e o alheamento de uma vida dura e sem prazeres mínimos exceto o de ver vídeos e comer, dos problemas que causaram efetivamente na realidade concreta. Até transar virou um sofrimento tecnológico, é só entrar num aplicativo de relacionamentos para saber como a coisa anda.
Tempos Modernos (Charles Chaplin) Cada vez que questionamos as
novas tecnologias algumas pessoas se enchem de ares de superioridade e põe no
rosto um sorriso safado. E fazem afirmações estúpidas, como se todos fossemos
estúpidos: “A tecnologia não é boa nem ruim, tudo depende do que se faz dela.” “A
transformação é inevitável!” “Este caminho não tem volta” “As pessoas precisam
se adaptar!” “Os professores e as escolas precisarão rever os conteúdos!” “Uma
nova revolução está às nossas portas!” “Imaginem as possibilidades futuras!”
O assunto nem é tão complexo, é,
na realidade, longo. Comecemos pelo o que é tecnologia. Geralmente é o nome que
se dá para o conjunto de ferramentas criado pelos homens. É um conhecimento técnico sobre como saber
fazer as coisas e que é aplicado na
construção de ferramentas. P.ex., a roda é uma tecnologia, e ela foi
inventada pelo homem, seu benefício é obvio - apesar dos malefícios também -,
entretanto é fácil ver que era necessária. Descobrir como fazer fogo foi
fundamental para a espécie humana, e também foi uma tecnologia à sua maneira. Criar
alicates, marretas, chaves de fenda, parafusos, etc. Tudo isso é tecnologia e
demandou conhecimento para que se o fizesse. E não pensem que exigiram conhecimentos
simples no momento da sua criação. Entretanto, até mesmo um automóvel ainda
está no terreno das invenções tecnológicas mecânicas. São tecnologias burras.
Não tem cérebro e nem movimentos próprios.
Todas tiveram que ter uma finalidade a priori para serem inventadas. Ou
seja, havia uma necessidade, ou alguém pensou nisso, e pôs mãos à obra para realizar
a tarefa. Então, quem inventou a lança, desejava perfurar um animal, ou uma
pessoa; a flecha e o arco, o tacape, e por fim o revolver. Dá para dizer que
foram feitos para apenas beneficiar?! Não. Então é importante perceber que “a
tecnologia não é boa e nem má” “é a pessoa que a faz bom ou mau uso dela” é
conversa fiada, pois há uma intenção por trás de uma invenção. Quem inventou o
revolver o inventou para matar pessoas. É importante notar que ainda que seja
preciso conhecimento científico para se fazer inovações tecnológicas, invocar a
ciência para justificar as novas tecnologias é um absurdo completo. Pois as criações tecnológicas aplicadas às
industrias são investimentos das grandes empresas - as vezes até vampirizam
as universidades para tal. A ciência se
preocupa com benesses sociais, e as empresas pegam suas pesquisas e as aplicam
em produtos para ganhar dinheiro.
Ainda que antigamente os “inventores” fossem pessoas do povo e que
fabricavam os instrumentos em sua localidade e ali mesmo os usavam ou vendiam,
faz mais de dois séculos que há alguma grande indústria por trás das inovações
tecnológicas. E as ferramentas e máquinas criadas, são criadas com finalidades
muito claras. Cada ferramenta possui uma finalidade, um uso ou até vários usos.
Não são criadas para não serem usadas.
P.ex., a bomba atômica, foi criada para ser usada apenas uma vez?! (No caso
duas vezes). Não vivemos um medo constante de que alguém em algum lugar aperte
um botão e torne a vida de todo o planeta um inferno?! Para que isso não
acontecesse os governos precisaram fazer vários e vários tratados. Mas as
armas existem e sempre estão em fabricação. Um dia serão usadas, pois não se
faz nada para não usar. Então, novos
tratados e acordos podem ser realizados para impedir a proliferação de
Inteligências Artificiais.
No começo do século dezenove, surgiu na Inglaterra um movimento chamado
de Ludismo ou “os quebradores de máquinas”. O que aqueles trabalhadores
perceberam muito claramente é que cada nova máquina inventada tirava o trabalho
e o emprego deles, e o pior, às vezes substituía alguma profissão. Então,
começaram a quebrar as máquinas, e claro, foram impedidos pela polícia. Naquele
período os progressos eram lentos, e pouca coisa foi inventada de fato.
Entretanto, aqueles operários tinham razão. A lógica das grandes empresas e indústrias é produzir mais com menos
mão de obra, que significa custos. Então, nós, como trabalhadores, não podemos
saudar com felicidade invenções que significam desemprego e fim de
qualificações profissionais. Não é como dizem “uma questão de adaptação!”
isto também é conversa fiada.
A sua família passou muitos anos trabalhando e suando para você poder
estudar e escolher uma profissão. Estamos falando de anos e anos, pelo menos
uns dez para ter uma profissão útil. Aí, vem uma “nova tecnologia” que supostamente
deseja facilitar a vida do povo, mas o que quer mesmo é aumentar o lucro dos
empresários, e informa que você precisa se “adaptar”. Ok, você faz a lição de
casa e se adapta. Logo depois vêm dizer que você precisa se “requalificar” - em
outras palavras, mudar de profissão. Quem paga por essa mudança?! Quem pagou
seus anos e anos de estudo?! Para que você estudou? Por que sua família se
esforçou tanto?!
Enquanto você se requalifica, vive de subemprego ou sustentado pelos
familiares ou por programas do governo - que a população paga. Essa é uma conta
que toda a sociedade paga, menos os empresários e criadores de tecnologias que
prejudicam as pessoas. Enfim, chegamos à questão essencial, tecnologias que prejudicam pessoas. Um
martelo tem uma finalidade clara, foi feito para pregar pregos e removê-los.
Ninguém batia prego com as mãos antes dele ser inventado. Em outras palavras,
ele criou possibilidades de trabalho e não terminou com emprego nenhum. Essa
tecnologia foi útil para a humanidade. Se uma nova invenção tira o emprego de
uns poucos, isso é um problema, mas pode ser contornado ou até mesmo evitado,
se de antemão você prepara essas pessoas para as mudanças. Mas quando essas
novas invenções - que destroem profissões e tiram empregos - vem aos borbotões,
uma atrás da outra em um tempo cada vez menor, as pessoas - e os governos - não
têm tempo de se adaptar, e nem de se requalificar.
Acho que está bem explicado. Então, quando alguém vier falando para você
das maravilhas das novas tecnologias, não acredite. Faz mais de vinte anos que
nenhuma tecnologia traz benefícios reais, e evidentes, para as pessoas, para a
humanidade. O grande capital, os grandes
empresários, não demandam mais empregados e nem profissões. Cada avanço
tecnológico visa botar fim no emprego e nos trabalhadores. E a única coisa
que eles conseguem dizer para você: “É assim mesmo, é o progresso. As
transformações são inevitáveis!” Como se o seu destino fosse viver passando
vontade e morrer sem ser digno de absolutamente nada. Sim o nosso destino é
esse se não fizermos nada. Pois estes megaempresários fazem tudo apenas
pensando no lucro. Nada de errado em se
fazer as coisas pensando em lucro, só que o lucro não pode prejudicar bilhões
de pessoas. Sim, bilhões de pessoas. Lembre-se disso quando você ouvir
falar em ChatGpt e outras Inteligências artificiais, bilhões de pessoas.
O que acontece quando você não tem perspectivas na sua profissão? O que
acontece quando derreteram o futuro na sua frente? O que acontece quando você
não tem como ganhar o seu sustento? O que acontece quando seus filhos estiverem
passando fome? “Alguém fará alguma coisa!” “Alguém impedirá isso!” É o que você
gostaria de me dizer?! Não, ninguém
nunca impediu nada disso. Mas pessoas morreram, e morreram aos milhões por
causa das indústrias e das tecnologias. Dizem que muitas vidas foram salvas e
que hoje as pessoas vivem muito mais do que antes. Vá dizer isso para os mais
de 60 milhões de mortos na Primeira e Segunda Guerra mundiais. Por que elas
ocorreram? Por causa das indústrias, disputa de mercados, tudo recoberto por “ideologia”;
tudo por causa de novas tecnologias daquela época. A pergunta que deve ser
feita é: “quanto vale a vida se ela não pode ser dignamente vivida e
desfrutada?”
As novas tecnologias devem ser
tiradas das mãos das empresas e passadas ao setor público. E se forem
realizadas transformações, elas devem ser realizadas de forma lenta para que a
sociedade se adapte e não tenha prejuízos com elas.
Bilhões de desempregados, bilhões passando fome, bilhões de sonhos e
investimentos pessoais reduzidos a Pó. É isso o que significam as novas
tecnologias. Enquanto você se diverte com joguinhos no seu celular. Enquanto
você não sai das redes sociais, enquanto você fala o dia inteiro no Whastsapp,
enquanto você não sai dos aplicativos de relacionamento, estão destruindo a sua vida com seu consentimento.
Preste atenção, você foi convidado para uma festa onde vão te deixar beber e beber e beber... E depois que você estiver viciado e bêbado te matarão, pois você é inútil. Na verdade você já era inútil, a festa foi feita apenas para poder oficializar a sua morte. A idéia era te distrair para que não visse o que acontece para além dos muros do entretenimento.
O Garoto ( Charles Chaplin)
Acorda, viciado em séries! Acorda, festivo tecnológico! Acorda,
senhorinha do whatsapp! Vocês serão mortos! Mas antes, sofrerão bastante. É
isso o que se prepara agora. As novas
tecnologias, como a inteligência artificial foram criadas com uma única
finalidade: substituir você! E aquelas pessoas, nas redes sociais e na
televisão, que dizem que isso só atingirá quem não se adaptar, devem dar risada
às nossas custas, pois elas sabem que não há tempo de adaptação. E mesmo que
houvesse, não haveria vaga pra quase ninguém. Estes mesmos “faladores
tecnológicos” serão rapidamente fulminados pelas inovações, mas eles acham que
não. A soberba é um pecado, atualmente, pior do que a vaidade.
As novas tecnologias matam, causam desemprego, fome, desesperança e
infortúnio. Se for preparar seus filhos para alguma coisa, prepara-os para a
violência, pois será o único jeito de sobreviverem. Vem aí a barbárie! Fome,
desemprego, saques em supermercados, assaltos, violência de todo tipo.
Estão mentindo para nós. Alisam o Peru e o enchem de cachaça no Natal,
mas é apenas para sacrificá-lo. Está dito.
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