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Covardia emocional... dar um tempo...

Vamos lá, se é pra falar vamos, falar! To cansado da vida pós-moderna, principalmente no que diz respeito aos relacionamentos amorosos. As transformações ocorreram rápido demais, mudaram os códigos, agora é por e-mail, por msn, por facebook, orkut, etc, que as pessoas se conhecem e se estranham. Venho notando que uma coisa esquisita anda acontecendo com muita freqüência. Os relacionamentos podem nascer virtuais ou não, mas terminam de forma virtual. Uma série de casos já me foram narrados e eu fui vítima em ao menos três. Vítima?! Sim, é um caso de vitimação. Vamos lá para o que acontece. Você conhece alguém, flerta, troca sorrisos, nomes e sobrenomes... Beija, aumenta a intimidade, vai sentindo a pele da outra pessoa... se acostumando, com o cheiro, com a voz... com a presença. Aos poucos este primeiro encontro vai se repetindo, cada um com uma intensidade e estória diferentes. Aí, você apresenta pra família, aquela expectativa natural com “será que minha mãe vai gostar?” Que logo...

Falando de literatura e mercado editorial no Brasil

          Dia em que há tantas coisas há dizer que nem sei por onde começar a dizê-las. Começo por dizer que, na verdade, não gosto de digitar o que penso no computador, uma vez que tudo que penso - quando penso - acontece fora e longe dele. Assim, gostaria de ser organizado o bastante para levar um caderno e uma caneta e anotar; comprei um gravador digital mas a experiência fracassou por causa do Windows Vista. Acreditem, o Vista não abria os arquivos de som. Então... acabou o gravador digital.          O difícil é desejar passar a imediaticidade das coisas para quem irá ler; eu juro, tenho pensamentos interessantes, mas eles ficam nos lugares por onde estou e passo, deixo muitos deles pelas livrarias. Cada livro novo que pego...sai uma crítica social completa. Poderia-se dizer que “nada se perde”, mas, honestamente, se perde sim. Tenho procurado um bom livro para ler. Fiquei feliz, pois relançar...

Advinhe se grito ou represento?

O que é mais fácil? Terminar com a vida ou mudar de vida? Sinto que a resposta surgirá logo... Não sou uma pessoa, sou um decalque dos desejos sociais (lembrar sempre: querer quem te quer!) O grito digital não é ouvido, ele é lido, e por isso...tarde demais quando percebido... E não importa se é de dor ou de prazer, ele pode ser facilmente deletado, depois que se descobriu atrasado... Mas não existem mais gritos verdadeiros, não é? Agora todos os gritos são Munch! Não se foge mais das representações, e nem de ser uma delas, mesmo se auto representando... só importa o público que se deseja identificar Sou muitos Munchs num só... advinhe se grito ou se represento... Enquanto isso a realidade se nos foge dos dedos e nem eu nem vc saberemos quem fui eu depois de deixar de ter sido... Gritei alto o bastante?! Representei bem o meu papel? Plauditi amici... disse Beethoven

Você, a novidade do Ano Novo!

Repita comigo: Eu não irei sonhar sonhos novos, irei realizá-los. Tomarei a primeira atitude que me fará uma pessoa diferente, Não temerei os medos de sempre, buscarei novos medos... Não chafurdarei nos velhos problemas, criarei novos! Não resolverei as coisas insolúveis...E nem me sentirei culpado. Farei o sol brilhar todos os dias, mesmo em dias de chuva! Eu irei chorar, mas não por que não tenha querido sorrir E sorrirei, mesmo que tenha chorado... Passarei os dias do novo ano construindo outra coisa Não brigarei comigo, e com o mundo, apenas para querer algo melhor, Desejarei “outra coisa”, Algo que crie em mim um novo eu, um eu mais realizador Mais potente, mais atraente, e enfim... Um eu do qual a felicidade corra atrás. Serei útil onde puder sê-lo, seja para quem for, com quem for, por onde for... Mas não me desgastarei por inutilidades... Este novo ano não o farei diferente, eu me farei diferente... E por que serei diferente, um novo homem s...

O Significado do Natal!

                                                   Paixão da Pathé - Ferdinand Zecca, 1902 Muita gente já escreveu, pensou e leu sobre o Natal... Em geral nós andamos reclamando que ele perdeu seu significado, que está tudo deturpado, que as pessoas só pensam em comer e beber, que se esqueceram do aniversariante, etc. Bem, então, pensei, por que não buscar o significado do Natal? Pensar este dia como uma data de comemoração de aniversário, parece ser uma idéia que já fracassou. Funcionou em algum momento, mas agora já não é mais suficiente. Pensar que é o dia consagrado a Mitra, o Sol invencível, e absorvido pela Igreja Católica, também não ajuda. Não pode ser verdade, que o dia dedicado à lembrança do nascimento do homem mais important...

A Décima Noite - A Grande Rebelião Gay - Estória Seriada. ùltima parte e a mais engraçada também.

A Décima Noite Estranhamente o prefeito não havia deixado a cidade. Depois de muito espernear e gritar contra o acorderosamento da sua cidade, modificou sua plataforma política. Com seu sorriso gordo ofereceu para Janjão e Coutinho que o ajudassem a administrar a cidade, como se ainda a tivesse em seu poder. Agora ele era todo sorrisos. Chegava a orgulhar-se, em público, das vezes em que havia feito troca-troca na puberdade: "Não é tão ruim assim..." dizia convicto para os heteros simpatizantes. Apesar da estranha calmaria reinante gays e sapatas não se enganavam. Era preciso manter a vigilância e treinar as milícias defensivas. O Primeiro Batalhão Gay, o PBG-RC-Moto, conhecido também como Chiquita Bacana, cuidava do treinamento tático. Ao toque do clarim reuniu-se a tropa na Escola de Cadetes. Longas e vastas formações de soldados gays. O sargento Ritona estava à vontade: uniforme camuflado e grandes coturnões pretos engraxados. Marchava em direção à tropa no passo de...

A Quinta Noite - A Grande Rebelião Gay - Estória seriada 3a. parte

A cidade estava bastante deserta, uma vez que boa parte da população havia fugido ou sido evacuada. A Escola de Cadetes, o único lugar hetero do país estranhamente pintado de Rosa bebê, era o alvo. A Guerrilha Gay já havia tomado a maior parte da cidade, mas ali uma grande batalha poderia ser travada. Janjão já estava com ares de Presidente, falando em uma República Gay independente do Brasil. Discutia até o nome: Gaylandia ou Sapatolandia? O único baiano que veio para a guerra sugeriu: "República de São Sebastião, o mártir gay e nosso padroeiro!" A discussão foi adiada para um outro momento. A rapaziada da Escola de Cadetes, alertada para o iminente perigo ficou dividida: uma parte, com um estranho bom senso, achava que não deveria haver luta, a outra, já montava guarda nas vigias. A tensão crescia. A polícia liderada pelo Spoleta já encontrava-se lá para auxiliar os rapazes da Escola. Como o Pai exemplo e símbolo da resistência, que tinha perdido seu próprio filho n...

Era falar de amor que eu queria....

Era falar de amor que eu queria... Era sentir amor ... Colher nos braços um abraço Descansar cansaço... Era falar de amor que eu queria Não pude. Então de impotência falo... Importante sinto-me Colho da reticência os frutos... Relutante, descanso... Fazendo muito, nunca o bastante. Era falar de amor que eu queria, Do que posso falo Um pouco falo do que conheço Um tanto falo do desconhecido Era sentir amor... Sentir amor era o que eu queria... Sem sentido amar... Amado e sentido. Não, não foi, não pude... Do que então falarei? Do que falam todos os homens Desejos não realizados Como se realizados fossem Amores impensados Como se dores não houveram sido E enfim confessarei Era falar de amor que eu queria...

A Segunda Noite - A Grande Rebelião Gay - Estória seriada - 2a. parte

A Segunda Noite A Segunda noite baixou sobre uma cidade tensa. Já não era como todas as noites de todos os tempos, era a noite onde aguardavam uma onda de violência e assassinatos. A maior parte da rapaziada gay e lésbica foi para os bares e para as boites do mesmo jeito. Recusavam-se a acreditar nesta história, mesmo por quê “caçar é preciso” . Em torno de uma da manhã, a ferveção foi interrompida por grupos militares e policiais. Grande tensão caiu sobre eles. A polícia entrou pela porta da frente da principal boite da cidade. Cercou os muros e os portões dos fundos. Enquanto um mega-fone fazia-se ouvir: “Vamos todos saindo quietinhos! Sem reagir, qualquer ameaça será respondida à bala!” Centenas de pessoas foram presas. Sob vaias entraram na Delegacia, mesmo o espaço sendo demasiadamente pequeno para tanta gente. Multidões de heteros enfurecidos esbravejavam e gritavam: “Lincha! Lincha!” Uma mãe, em fúria e lágrimas era segura pelos policiais “Esses monstros mataram meu f...

A Grande Rebelião Gay - Estória seriada - 1a. parte

A Primeira Noite Aquela noite amanhecia como se fosse mais uma destas muitas noites que andam por aí desde os começos dos tempos. A metrópole bem aos poucos percebia a vida reiniciar. Os carros passando apressados, as mães deixando os filhos nas escolas, os meninos de rua deitando-se para dormir, os mendigos acordando... os pássaros voando em polvorosa ...Tudo igual, ...um grupo de pessoas num ponto de ônibus estava estranhamente atraído por um pequeno cartaz num poste. Os cartazes repetiam-se às centenas pela área central da cidade. Alguém, encoberto pela noite, os havia espalhado. “Não, isto não pode ser” dizia um, outro lia com olhos contritos e reflexivos a conseqüência do que tinha feito e dito antes, outra voz exclamava “Meu Deus” , uma mulher gorda corria para telefonar para casa. Uma avozinha dizia “ é o fim dos tempos, desde a época da minha avó a gente sabia que isto iria acontecer, do que adiantava saber? Eles escondiam-se em nossos lares, nasciam como nossos filhos, di...

Nenhuma palavra mais

Para quem já disse tudo Nenhuma palavra basta... E de nada adiantaria esgotá-las todas... Apelar... pedir... justificar... É como subir um morro escorregadio em dia de chuva, Jamais se alcança o topo. A gente cai, escorrega, se machuca e tenta de novo e de novo E se insiste muito... Ainda pode morrer no caminho. Mais um Adeus... Felizes aqueles que sem mãos sobem o morro E que jamais precisaram de palavras.

O peso da língua

Deixa-me aqui, a carregar o mundo nas costas Enquanto Atlas foi ali tomar cerveja e não volta E Hercules por aqui ainda não chega, E não me diga que essa não é a minha função Pois minha função sou eu mesmo que me dou E não interessa se ela é útil ou não, Se eu digo que a minha é carregar o mundo nas costas, Que te importa que não faço todo o resto? Aproveite a carona... Pois carrego o mundo, mas não a sua opinião!

A Busca de Si

Tirar fotografias de si mesmo Olhar-se continuamente no espelho... Espantar-se ao descobrir continuamente, Ser mais alto do que os que eu julgava altos Ser mais magro do que eu acho que sou Ser mais gordo do que eu me sinto... Ser mais belo do que me vejo Ser mais feio do que realmente sou... Achar-se menor que o menor E sentir-se maior do que os grandes... Dizer o que não se diz... Negar-se continuamente a dar as respostas certas Conhecendo-as... Querer amor e não dar Amar profundamente as pessoas E querê-las distantes... Atirar-se ao mundo e retrair-se Fechar-se e abrir-se Isolar-se em meio à multidão E em meio à sala de estar... Procurar-se no Google... Dizer-me continuamente como eu sou Dizendo uma coisa diferente a cada vez... Recolher desesperadamente as referências que as pessoas me dão sobre mim... Buscar saber por estes vestígios, quem sou eu... Os outros me dizem, mas cada um diz uma coisa, E todos sabem tão pouco... Viv...

À Procura de um Conto

Não posso chorar por que estou de lentes de contato. Essas coisas tolas que descobrimos na vida. Quando a esteira não basta e o chocolate não sacia... apenas coisas más e ruins fermentando... “O Reino dos Ceús é como uma mulher que escondeu uma medida de levedo em três medidas de farinha e fermentou a massa toda...” Não é apenas o Reino dos Céus que fermenta... os pensamentos mal-sãos também. As dores chegam a florescer, mas não choro, porque estou de lentes. Pelos meus olhos entraram tantas pessoas pobres hoje, que sinto que há areia neles. Os pobres saem no Natal, são como baratas no verão. Se são pobres? Oportunistas? Necessitados? São estrategistas. Têm filhos para explorá-los. Será que amam ou cuidam? O que é o amor quando não foi aprendido em casa? Sempre repito como despedida para aqueles que são meus amigos “que os humanos lhes sejam leves...” Sim, aos poucos a humanidade se tornou uma carga, uma pesada carga, incompreensível e pesada demais para ser carregada. Malthus não fo...

Luto

Essa é para um outro leitor, que encontrou este meu poema escrito sobre uma fotografia, onde eu estava de preto e a imagem me inspirou o resto... Tem sido bom conviver com os amigos leitores. Luto Há tantos lutos em mim... Sou viúvo de algumas amizades que se foram Sou viúvo de alguns amores... Choro até hoje pelos sonhos que morreram Pelas ilusões que em desilusões se tornaram Visto-me de preto como quem amou e foi amado Mas pelo destino enlouquecido, abandonado Eis que choro a morte de cada flor na primavera... De cada gota de orvalho ao amanhecer... Choro vendo a morte do dia Choro vendo a morte da noite... Sou um viúvo da vida... Não entendo as mudanças... Não entendo as partidas... Por isso... choro... E fico de luto... É tanta a dor de ver todas as coisas que morrem em mim E fora de mim... Nem tenho tempo de mudar de roupa... Nem de encontrar outra desculpa para a dor, Por isso... choro... E fico de luto...