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Inusitado pós-moderno: compre e Venda Luiz!

Hoje, fazendo o que sempre faço, me buscando no Google, coloquei Luiz Vadico entre aspas e tive uma grande surpresa. No canto superior direito da página do dito site apareceu o seguinte link: Luiz em Oferta Compre e Venda Luiz Parcele em até 12X no TodaOferta. www.TodaOferta.UOL.com.br Luiz em oferta. Bem, já estive procurando namoro, amigos, empregos, mas não ando mais fazendo isso. Acho que tanto insisti em minhas buscas que o Google enfim, me considerou uma pessoa em liquidação. “Luiz Sale”. “Luiz em Promoção hoje”. “Entre e compre Luiz”. Não bastasse ter virado um produto, o que não chega a ser uma coisa terrível, ainda virei oferta de atacado: não apenas compre Luiz, mas “Compre e Venda Luiz”. É o Luiz para as massas!! Então, parece que a minha propaganda foi tão boa que agora estão me vendendo. E o inusitado é que posso ser revendido. E, fico pensando que se a pessoa não gostar pode me devolver... Já até ouço o vendedor dizendo: “Tirou a etiqueta? Por que se tirou a etiqueta não ...

Em defesa da Futilidade!!

Bem, jamais imaginei que eu iria escrever isso, mas vamos lá. A vida nos ensina tantas coisas que às vezes é importante compartilhar. Nascido numa outra época (fim dos anos 60) desde o berço aprendi que devemos ser sérios e responsáveis, por isso ser fútil era quase o oposto destas coisas. A futilidade e os fúteis deveriam ser evitados. Além do mais, quando a religião realmente era importante, pois cuidava do espírito e não do bolso das igrejas, a futilidade não levava para o céu... mas e agora? Além disso, o prazer da futilidade exige dinheiro e eu jamais tive o suficiente para poderem dizer que eu era fútil ou vaidoso em excesso. Agora que tenho o suficiente para conhecer o mundo da futilidade, por que afinal, não conhece quem quer, mas quem pode, e, sinto dizer que é uma realidade, começo a compreender essas pessoas, essas ações com outros olhos. Sinto que tudo começou quando ouvi tocar na minha academia a música “Burguesinha” de Seu Jorge, aquilo me incomodou, e ninguém entendeu po...

Anti-Pequeno Príncipe V

“(...) - O planeta seguinte era habitado por um bêbado. Esta visita foi muito curta, mas deixou o principezinho mergulhado numa pronfunda tristesa. - Que fazes aí? - Perguntou ele ao bêbado, que se encontrava acomodado diante de inúmeras garrafas vazias e diversas garrafas cheias. - Eu bebo - respondeu o bêbado, com ar triste. Por que é que bebes? - perguntou-lhe o pequeno príncipe. - Para esquecer - respondeu o beberrão. - Esquecer o quê? - indagou o principezinho, que já começava a sentir pena dele. - Esquecer que eu tenho vergonha - confessou o bêbado, baixando a cabeça. - Vergonha de quê? - perguntou o princípe, que desejava socorrê-lo. - Vergonha de beber! - concluiu o beberrão, encerrando-se definitivamente no seu silêncio. E o pequeno príncipe foi-se embora, perplexo. " As pessoas grandes são decididamente estranhas, muito estranhas", dizia para si mesmo durante a viagem.” Essa de tão séria coloquei a citação inteira. Isso não é metáfora. É discriminação. Nada contra q...

Anti-Pequeno Príncipe IV

“Foi o tempo que perdeste com tua rosa, que fez da tua rosa tão importante”. Mas não se esqueça, o tempo da rosa é diferente do teu. Ela morre mais rápido. Além disso, ela era totalmente importante desde o primeiro momento, por isso você decidiu gastar seu tempo com ela. O passar do tempo a fez se tornar mais intima, fez você conhecê-la melhor... mas, por alguma razão estranha, toda importância que ela iria ter, já estava ali, no primeiro olhar. Então assuma as perdas e as suas escolhas, justificá-las não lhe fará nenhum bem quando o tempo da flor se realizar completamente. A disseminação da metafórica estória do Pequeno Príncipe é como uma montanha de chocolate trufado cheio de marshmellow que não tem fim. Atiça a gula, faz bem, equilibra o sistema nervoso, mas engorda demais criando ociosos emocionais. E assim como uma montanha de doce ao ar livre, atrai moscas e parasitas de toda espécie. Ou a vida tem encanto em si ou não tem. Uma metáfora tem muito valor, desde que se ...

Anti-Pequeno Príncipe IV

“Tu és eternamente responsável pelo que cativas...” Esta é uma boa frase se você gosta de se achar importante e ter alguém que dependa de você. Mas a palavra “cativas” já tem em si um monte de grilhões. Prender alguém a si, tirar seu desejo por liberdade, insinuar que sem ela você não vive e vice-versa... parece bem longe do amor verdadeiro. Se você dá de graça do que tem, nada deve voltar para você. E não existe maior amor que este. Senão você é apenas um esfomeado que deseja alimento o tempo todo e mantêm a vitima perto de si com lisonjas estúpidas. Os dois cheios de grilhões, imóveis para sempre... Agora sei que depois que o Pequeno Príncipe voltou para seu planeteco, após a viagem inicial, ele nunca mais saiu. Cuidou da flor, até ver ela morrer... por que afinal as flores morrem...depois ficou fazendo poemas pra ela e arrancando Baobás... e revolvendo seus vulcões... vidinha besta quando se pode pegar carona nos pássaros e viajar pelo universo não é?!

Anti-Pequeno Príncipe III

“O que torna o deserto belo, diz o principezinho, é que ele esconde um poço em algum lugar.” Ou você gosta do deserto ou não gosta. Ele é belo se o achar belo. Ele não precisa de ter poço para ser encantador. Se você está com sede e olha cheio de esperança para um deserto, você está louco. Procure o caminho mais próximo e saia dele. Se você ama o deserto, aprenda a lidar com ele, ou leve uma boa provisão de água. Agora, se você for autodestrutivo, vai fundo, fique imaginando que um deserto que esconde um poço é um charme... cedo ou tarde você morre de sede.

Anti-Pequeno Príncipe II

“Disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.” Tendo em vista as lagartas, posso dizer que as borboletas são superestimadas. As primeiras te comem vivo, as segundas tratam de voar rapidinho depois que saem do casulo. Belas de longe, feias de perto. Do ponto de vista da flor... melhor um saquinho na cabeça e inseticida pras lagartas. Quem ama o feio, belo lhe parece, mas continua sendo feio, e ser enganado por uma percepção ruim de estética, não me parece um bom registro de felicidade. Se importa ser feliz, é sem desculpas. Sem subterfúgios para uma vida desgraçada, sem enfeites notoriamente enfeites. Se a vida como é não te basta, não crie fantasias em torno dela, e nem as dissemine para os outros, passe a apreciá-la como é. Não suporte as lagartas por causa das borboletas, ame-as, conheça o seu valor. Uma lagarta é uma lagarta, e nem todas viram borboletas. Se uma vai te comer, saiba disso.

Anti-Pequeno Príncipe

“Se tu vens as quatro Desde as três eu sou feliz...” E se as quatro tu não chegas... Continuo feliz a te esperar até as cinco... Mas se tu não vens... Ansioso te espero até as seis... As seis e meia já estou triste, te esperando ainda As sete, arranco os cabelos e me pergunto: o que é que há? Tá pensando o que? As oito, jogado no chão, já sou desespero... As nove, quando tu chegas enfim... já não quero mais te ver. Não há expectativa de felicidade que o desprezo não destrua.

Que o Tempo seja bom com você!

Que o Tempo seja bom com você Que ao passar ele preserve sua alegria Que a saúde não lhe falte A constância seja o seu sorriso A perseverança amiga da sua fé... Que as horas sejam minutos, segundos E que todos se contem como pequenas eternidades... Que o Tempo seja bom com você Que ele preserve seus amigos, amores e a lembrança dos amores Que a sua infância seja a memória de todas as horas... Que seu sorriso seja o de uma criança eterna... Que sua história não se conte por passados Mas que seus futuros sejam sempre um presente novo Preserve, o Tempo, a sua doçura E que o brilho dos seus olhos jamais se apague... Nas trevas que ele lhe dê aguarde a luz, pois ela também virá... Que seus inimigos em amigos se transformem Que a sua luz brilhe cada vez mais... E que o cheiro das suas aspirações, Faça inveja ao perfume das flores! Que o Tempo seja bom com você! Que ele preserve seu corpo, As marcas no seu rosto sejam leves... As rugas... cicatrizes de sorrisos... E que a sobriedade não dispe...

A Gripe Suína - A Boa Vida dos Galos Brasileiros!

Ontem me deleitei com uma saborosíssima reportagem da Rede Globo. Versava sobre a Gripe Suína, H1N1; seriedade do assunto à parte, sempre me chama atenção a ostensividade da mídia no Brasil. Lembro-me bastante bem do caso Isabela, com a eterna desculpa de desejarem informar, a TV brasileira nos bombardeou diuturnamente com as notícias mais importantes e menos importantes do caso. Eu, já sabendo o que a repetição insistente de um mesmo tema faz, já aguardava as conseqüências, pouco mais de um mês, mais duas ou três crianças foram jogadas de edifícios, desta vez sem o mesmo sucesso. Numa reportagem que foi colocada ao ar na parte da tarde, depois de semanas de incessantemente perturbarem a pobre da Isabela, alguém da Rede Globo resolveu fazer uma matéria numa creche, pois, pasmem, as crianças estavam assustadas. Pois, acreditem se quiser – não se sabe por que razão – uma parte delas começou a ficar insegura e com medo de que seus pais lhes dessem o mesmo fim. Mais de um m...

Não, o Cristianismo NÃO é Romano!

No ano da graça de 1999 eu era Professor de “reforço” em um cursinho de Campinas, nesta função também era encarregado, junto de outros professores da área de história a corrigir e colocar on-line as respostas das questões dos vestibulares, antes mesmo das universidades para as quais o exame foi prestado pelos alunos. O texto abaixo surgiu do fato de uma das respostas elaboradas por mim para a questão típica dos vestibulares, “cite: as influências Romanas mais importantes para a cultura ocidental”, ter sido questionada quando coloquei entre as influências do Império Romano o Cristianismo. Um professor de Literatura, que estava em “alta” no cursinho questionou minha resposta, e estranhamente o seu douto saber sobre o assunto prevaleceu sobre o meu. Ele formado em Literatura e eu em História com ênfase em História das Religiões. Na época, como eu precisava muito do emprego, tive de engolir. Mas, minha indignação deu à luz um texto divertido e irônico que agora resolvi publicar. Nunca o en...

Sobre Pizzas e cigarros!

Alguns podem até achar que resolvi infernizar a vida moderna, mas não. Acho que estou meio cansado de hipocrisia. Logo começará vigorar a lei “nada exagerada” que limita ainda mais a vida dos fumantes. Sim, fumantes, estes seres “desprezíveis”. Algumas décadas atrás Hollywood e a Tv nos venderam o hábito de fumar, não que precisasse, mas parecia charmoso ser fumante. Fumar conferia uma espécie de Status. Havia o jeito pessoal de se pegar no cigarro, a marca com a qual você se identificava, as propagandas de cigarro – belíssimas por sinal-, e os atores e atrizes que fumavam maravilhosamente nas telas. Bem, nada disso é desculpa ou funciona, quando se trata de fumantes. Pois quem o é, em geral é por “ansiedade”. Já viram um fumante que diz que fuma por esporte?! Não, quase todos fumam por que são altamente ansiosos. Além disso, eles fumam porque o cigarro está a venda. O governo incentivou e financiou a plantação de fumo no passado, e até hoje arrecada altíssimos imposto...

Sobre mercados e supermercados!

Alguns dias atrás vivi um típico momento da pós-modernidade. Um daqueles instantes que nos fazem sentir toda a dimensão de nossa própria idiotice. O fato ocorreu no caixa de um supermercado. Uma senhora da classe média paulistana empacotava os seus produtos numa grande sacola de tecido, onde estava escrito algumas baboseiras e a palavra “reciclável”. Por ter economizado diversas sacolas plásticas – fornecidas pelo supermercado – ela ganhou “pontos” que significam um desconto pífio nas próximas compras. Assim que ela saiu triunfante, falei educadamente para a moça do caixa: “Agora pode me dar todas as sacolas que ela economizou e mais algumas...” sorri, ela sorriu, mas fez cara de quem não entendeu. A pessoa que estava atrás de mim fez cara feia, pois entendeu e deve ter me achado um cínico. Então, vamos lá, explicarei ao leitor a mesma coisa que eu disse para o caixa e as pessoas da fila. Quando eu era garoto, lá pelo início dos anos 70, numa pequena ci...

Piquenique na Sala de Estar

Um grande e bom final de semana. Neste último final de semana recebi em minha casa dois grandes amigos, Edson e Ivan. O primeiro está radicado em Paris há vários anos e o outro já se tornou cidadão sueco. Amigos desde os tempos de Unicamp – salve! Salve!- eles são o exemplo típico de uma sociedade que se tornou globalizada. Desde os meus primeiros estudos de Lyotard, quando ainda lia alguma coisa em espanhol para o Núcleo de Estudos Econômicos e Populacionais da Unicamp, previa-se a existência de profissionais que estariam em “rede”, ou melhor, na rede. Pensava-se naquela época que haveria cidades mundiais que funcionariam como grandes pontos nodais da rede de comunicações. Que o espaço das nações se contrairia e que os territórios seriam dados por outros parâmetros. Hoje não sei se estas previsões ainda se tornarão realidade, mas estes dois amigos já vivem parte deste processo há vários anos. Diferentemente de outros no passado que podiam estar em diversos países por que possuíam famí...

Prodígio

Hoje me peguei pensando da mesma forma que pensava quando tinha treze anos: “estou ficando velho, preciso fazer algo logo, antes que seja tarde demais...” Fazer algo aos treze era terminar rápido meu segundo livro, eu precisava muito ser reconhecido como um prodígio, mas aos catorze... Quem era consideradoprodígio?! É muito iluminador se pegar aos quarenta e dois anos pensando e sentindo a mesma urgência... E ao mesmo tempo divertido, pois o que será que eu tenho de fazer desta vida que tem tamanha urgência?! O que será que eu devia ter feito aos treze que ainda não fiz aos quarenta e dois? Mas a pergunta mais importante, e que é a mesma daquela época: o que posso fazer pra ser reconhecido como um prodígio ainda hoje?! Sou um dos homens mais afortunados que conheço, pois hoje, encontrei dentro de mim um menino de treze anos... e gosto profundamente dele. Por muito tempo tive medo de que algo tivesse morrido em mim... Mas nada mudou... Pasmo, percebo que eu continuo eu mesmo. Coisa inc...