Filípicas
Este caderno de poesiasé em memória a uma juventude que conheci e se foi. As vezes a beleza e o encantamento habitam tão fortemente um corpo, uma pessoa, que sou obrigado a fazer poesias. Seja lá onde vc estiver...estas são as suas pegadas no meu caminho.
Poema I
Só quem amou...
Prendeu o tempo com as mãos e,
engoliu-o
cobrindo-se de eterno e de desespero...
Só quem amou...
Encontrou paz no adverso...
Soube escorrer pelo infinito como as águas de um rio e,
no mesmo instante ser represa...
e ser desejo...
e ser frustração de desejos...
Só quem amou...
Sabe o que é contar estrelas com os cabelos...
Andar do avesso e,
odiar plenamente a liberdade
Só quem amou ...
Se fez pauta, música e instrumento...
E ainda assim não foi ouvido e,
não se perturbou...
Quem faz os astros inatingíveis?
Quem faz a noite escura?
Quem faz úmida essa água?
Quem faz eterno os pesadelos e os sonhos?
Quem faz todo o mundo girar como se fosse um só?
Quem faz todo o universo sangrar sem feridas?
Quem faz os cometas passarem pela Terra
Sem nunca jamais se encontrar?
Só quem amou sabe...
Só quem amou...
Poema II
O teu corpo abrigado dentro do meu
Filho gerado num abraço transcendente...
unindo pai e mãe
Flor de lótus desabrochada na superfície de um lago
Eu terra, água
Você raiz, caule, pétalas e flor...
A plenitude do silêncio da união...
O sonho e o sono vivos numa realidade
Verbo e carne num só corpo
Num só espaço sem fronteiras
Sem saber onde começa ou termina a música que nos invade
Santo! Santo! Santo! É o Senhor!
Une e proclama a glória do corpo entre a terra e o Céu!
O infinito e o Eterno se unem sem contradição..
E a beleza se ergue voluntariosa arrebatando... arrebatando...
Em mim a sinfonia de sua imagem... em ti o silêncio desta minha
agoniada passagem...
Reintere-se em mim...
Por que fui completo em ti...
E com sua ausência sou terra estéril
Água estagnada..
Verbo emudecido
Desalento
Silêncio sem ruído
Poesia sem ritmo..
Eterno sem infinito...
Espaço sem dimensão
Tempo...pueril
Apenas o teu repouso de lótus no meu ventre de terra e água...
Apenas...
Apenas...
Delicadeza...
Beleza...
Eu e você.
Poema III
Krisjna - Por que cantas tão triste ó Terra?
Terra - Não é tristeza é melancolia...
Krisjna - Por que cantas tão melancólica, ó fonte da vida?
Terra - A semente desalojou-se de mim...
A semente esvaiu-se e partiu..
Anelo por ela...
Canto para que me escute...
ò Keshava... traga este fermento de volta...
Sem ele sou desalento... amplidão... e vazio...
Krisjna - Ó terra... glorie-se com o mundo que forneces!
Terra - Não há mundo sem semente...
Não há luz sem as trevas que trago..
Não há primavera sem a semente que partiu e não frutificou...
Ouça-me, ò Dananjaya, ouça-me!
Imploro a complementaridade...
A vida que está em mim realiza-se no outro...
sem o outro a força, a vitalidade ficam presas em meu ventre e nada realizam
ò Dananjaya, faça meu grande rio correr rumo ao horizonte de tua mão benigna...
mas permita que a flor de lótus floresça só para mim...
no seio de meu coração...
Serei grande se a grandeza novamente vier me habitar..
Serei vida se a semente novamente repousar em meu colo...
ò Delícia das delícias, suprendes-me tão triste e tão melancólica que envergonho-me de minha necessidade..
Krisjna - ò Terra, toda semente precisa de ti!
ò terra toda àgua precisa de ti!
ò Terra, abrigas tudo em teu ventre...
Qual o erro em desejar fazer florescer uma flor mais bela que as outras?
Quero inundar os homens com minha fartura,... mas para isso: a semente.
ò Keshava, a semente que habitou meu ventre e que fecundou meu coração...
O´ Keshava a semente... preciso que fecunde meu corpo...
Desejo gerar a primavera e abandonar este longo inverno de minha melancolia..
Krisjna - Seja feito! ò terra, seja feito!
Caminharei sobre as flores do teu colo e delas farei perfume..
Plenitude te visite...
ò Irmã, ó abrigo dos pássaros..
Terra - Iatô Kokhy jah dhá, Keshava!
Toiakandy tubey sobhi, denayha!
Rashandi suab thi, fuab thoney, yatab.
Keshava...
Poema IV
Esvai-me de minha mais bela pérola...
Que mar eu sou...
Que mar eu sou...
Se todo meu valor foi-se embora...
Engoliu-o a terra?
Esvai-me de minha mais bela pérola...
Que os porcos não a tomem...
Que a amplidão não a perca...
Maya devolva-ma!
Maya devolva-ma!
Pois a esterilidade envolve-me e
sinto todo o vazio de tudo possuir...
Sem conter mais a essência..
Perdi-me num abraço
Agora todo eu desvaneço...
Desmaterializo...
E deixo o mundo
Poema V
Se pareço abatido?!
Não se preocupe...
Uma outra primavera invadiu-me e...
São tantas flores que não sei
exatamente o que fazer com elas...
Se pareço abatido?!
Não se preocupe...
Fui invadido por tanta doçura...
Que sem o amargor que me consumia,
já não sei mais reagir...
Não, não se preocupe comigo...
O amor imortaliza meus gestos...
Os deuses iluminam meus passos...
por que todo eu fui corrompido...
Por um abraço, um abraço indevido...
Se pareço abatido?
Sim, como a flor colhida em oferta..
Sim como as abelhas dispersas pela ausência desta.
Sim como toda a vida que foi iluminar outros campos..
Sim, como tudo que é nada,
Como os pássaros que perderam o rumo migratório...
Como a canção que não encontrou ouvido...
SE pareço abatido?!
É por que a eternidade não consegue habitar o tempo..
E essa união me é fatal...
Ilumino-me... porém.. perco-me
Perco-me... e aí
Pareço abatido...
Mas não se preocupe...
O amor me invade, e se ele é cruel,
Ainda assim é um doce(bom) senhor...
Poema VI
Agora que tomei de tuas mãos as rédeas
Eu guio a viagem..
Te levarei aos limites do universo
Beberemos nosso cálice no Valhalla
E depois puxaremos as barbas de Odin,
E nate que Thor com seu martelo nos persiga
Fugiremos com Loki para o pais dos meninos maus..
Muito maus...
O país dos sonhos onde sermos um do outro.
Poema VII
Como é que se diz para a Luz que ela ilumina?
Ela não sabe que ilumina, exatamente por ser luz...
Como se diz que a sua simples presença
desvela toda a beleza?
Como se diz que sem ela as cores não podem ser vistas?
que os nuances não existiriam....
Que tudo o que se faz....sem sua presença jamais existiria?
Felipe, como se diz para a Luz
que ela ilumina...se por ser luz
ela desconhece as trevas...
Você é como ela,
Sua presença me ilumina...
empresta cores e nuances para tudo na existência...
e...nem sabe disso...
Este caderno de poesiasé em memória a uma juventude que conheci e se foi. As vezes a beleza e o encantamento habitam tão fortemente um corpo, uma pessoa, que sou obrigado a fazer poesias. Seja lá onde vc estiver...estas são as suas pegadas no meu caminho.
Poema I
Só quem amou...
Prendeu o tempo com as mãos e,
engoliu-o
cobrindo-se de eterno e de desespero...
Só quem amou...
Encontrou paz no adverso...
Soube escorrer pelo infinito como as águas de um rio e,
no mesmo instante ser represa...
e ser desejo...
e ser frustração de desejos...
Só quem amou...
Sabe o que é contar estrelas com os cabelos...
Andar do avesso e,
odiar plenamente a liberdade
Só quem amou ...
Se fez pauta, música e instrumento...
E ainda assim não foi ouvido e,
não se perturbou...
Quem faz os astros inatingíveis?
Quem faz a noite escura?
Quem faz úmida essa água?
Quem faz eterno os pesadelos e os sonhos?
Quem faz todo o mundo girar como se fosse um só?
Quem faz todo o universo sangrar sem feridas?
Quem faz os cometas passarem pela Terra
Sem nunca jamais se encontrar?
Só quem amou sabe...
Só quem amou...
Poema II
O teu corpo abrigado dentro do meu
Filho gerado num abraço transcendente...
unindo pai e mãe
Flor de lótus desabrochada na superfície de um lago
Eu terra, água
Você raiz, caule, pétalas e flor...
A plenitude do silêncio da união...
O sonho e o sono vivos numa realidade
Verbo e carne num só corpo
Num só espaço sem fronteiras
Sem saber onde começa ou termina a música que nos invade
Santo! Santo! Santo! É o Senhor!
Une e proclama a glória do corpo entre a terra e o Céu!
O infinito e o Eterno se unem sem contradição..
E a beleza se ergue voluntariosa arrebatando... arrebatando...
Em mim a sinfonia de sua imagem... em ti o silêncio desta minha
agoniada passagem...
Reintere-se em mim...
Por que fui completo em ti...
E com sua ausência sou terra estéril
Água estagnada..
Verbo emudecido
Desalento
Silêncio sem ruído
Poesia sem ritmo..
Eterno sem infinito...
Espaço sem dimensão
Tempo...pueril
Apenas o teu repouso de lótus no meu ventre de terra e água...
Apenas...
Apenas...
Delicadeza...
Beleza...
Eu e você.
Poema III
Krisjna - Por que cantas tão triste ó Terra?
Terra - Não é tristeza é melancolia...
Krisjna - Por que cantas tão melancólica, ó fonte da vida?
Terra - A semente desalojou-se de mim...
A semente esvaiu-se e partiu..
Anelo por ela...
Canto para que me escute...
ò Keshava... traga este fermento de volta...
Sem ele sou desalento... amplidão... e vazio...
Krisjna - Ó terra... glorie-se com o mundo que forneces!
Terra - Não há mundo sem semente...
Não há luz sem as trevas que trago..
Não há primavera sem a semente que partiu e não frutificou...
Ouça-me, ò Dananjaya, ouça-me!
Imploro a complementaridade...
A vida que está em mim realiza-se no outro...
sem o outro a força, a vitalidade ficam presas em meu ventre e nada realizam
ò Dananjaya, faça meu grande rio correr rumo ao horizonte de tua mão benigna...
mas permita que a flor de lótus floresça só para mim...
no seio de meu coração...
Serei grande se a grandeza novamente vier me habitar..
Serei vida se a semente novamente repousar em meu colo...
ò Delícia das delícias, suprendes-me tão triste e tão melancólica que envergonho-me de minha necessidade..
Krisjna - ò Terra, toda semente precisa de ti!
ò terra toda àgua precisa de ti!
ò Terra, abrigas tudo em teu ventre...
Qual o erro em desejar fazer florescer uma flor mais bela que as outras?
Quero inundar os homens com minha fartura,... mas para isso: a semente.
ò Keshava, a semente que habitou meu ventre e que fecundou meu coração...
O´ Keshava a semente... preciso que fecunde meu corpo...
Desejo gerar a primavera e abandonar este longo inverno de minha melancolia..
Krisjna - Seja feito! ò terra, seja feito!
Caminharei sobre as flores do teu colo e delas farei perfume..
Plenitude te visite...
ò Irmã, ó abrigo dos pássaros..
Terra - Iatô Kokhy jah dhá, Keshava!
Toiakandy tubey sobhi, denayha!
Rashandi suab thi, fuab thoney, yatab.
Keshava...
Poema IV
Esvai-me de minha mais bela pérola...
Que mar eu sou...
Que mar eu sou...
Se todo meu valor foi-se embora...
Engoliu-o a terra?
Esvai-me de minha mais bela pérola...
Que os porcos não a tomem...
Que a amplidão não a perca...
Maya devolva-ma!
Maya devolva-ma!
Pois a esterilidade envolve-me e
sinto todo o vazio de tudo possuir...
Sem conter mais a essência..
Perdi-me num abraço
Agora todo eu desvaneço...
Desmaterializo...
E deixo o mundo
Poema V
Se pareço abatido?!
Não se preocupe...
Uma outra primavera invadiu-me e...
São tantas flores que não sei
exatamente o que fazer com elas...
Se pareço abatido?!
Não se preocupe...
Fui invadido por tanta doçura...
Que sem o amargor que me consumia,
já não sei mais reagir...
Não, não se preocupe comigo...
O amor imortaliza meus gestos...
Os deuses iluminam meus passos...
por que todo eu fui corrompido...
Por um abraço, um abraço indevido...
Se pareço abatido?
Sim, como a flor colhida em oferta..
Sim como as abelhas dispersas pela ausência desta.
Sim como toda a vida que foi iluminar outros campos..
Sim, como tudo que é nada,
Como os pássaros que perderam o rumo migratório...
Como a canção que não encontrou ouvido...
SE pareço abatido?!
É por que a eternidade não consegue habitar o tempo..
E essa união me é fatal...
Ilumino-me... porém.. perco-me
Perco-me... e aí
Pareço abatido...
Mas não se preocupe...
O amor me invade, e se ele é cruel,
Ainda assim é um doce(bom) senhor...
Poema VI
Agora que tomei de tuas mãos as rédeas
Eu guio a viagem..
Te levarei aos limites do universo
Beberemos nosso cálice no Valhalla
E depois puxaremos as barbas de Odin,
E nate que Thor com seu martelo nos persiga
Fugiremos com Loki para o pais dos meninos maus..
Muito maus...
O país dos sonhos onde sermos um do outro.
Poema VII
Como é que se diz para a Luz que ela ilumina?
Ela não sabe que ilumina, exatamente por ser luz...
Como se diz que a sua simples presença
desvela toda a beleza?
Como se diz que sem ela as cores não podem ser vistas?
que os nuances não existiriam....
Que tudo o que se faz....sem sua presença jamais existiria?
Felipe, como se diz para a Luz
que ela ilumina...se por ser luz
ela desconhece as trevas...
Você é como ela,
Sua presença me ilumina...
empresta cores e nuances para tudo na existência...
e...nem sabe disso...
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