Quatro quarteirões de tremedeira depois... Na Citröen tudo estava ótimo, o vendedor que não desgrudava do celular não desgrudou. Me olhou de longe com aquela cara de quem não queria gastar seu precioso tempo com um cara que não iria comprar um carro. Rapidamente, um daqueles vendedores novatos felizes em mostrar serviço veio me atender. Todo solícito. Quase me pegou pela mão. Perguntou o que eu desejava e pela primeira vez eu tinha uma resposta certa para a pergunta: “gostaria de fazer um test drive naquele Pólo Preto” disse apontando o simpático carrinho. Agora ele já era simpático.
O rapaz pegou a chave e estranhamente me perguntou: “Quer que eu dirija ou você dirige?” Jamais pensei que havia a possibilidade de que um test drive fosse feito por outra pessoa. Aí aproveitei sua cordialidade e contei que não tinha muita prática. Com um sorriso que ia de uma orelha à outra ele respondeu que estava tudo bem. Entramos no Pólo. Deu a partida e saiu todo faceiro. Foi me dizendo alegremente as vantagens do carro. Que ele gostaria de ter um Pólo mas não tinha dinheiro. E, de fato ele estava muito feliz dirigindo o meu carro. Ah..sim, por que agora já era meu. De repente, dois quarteirões depois ele me perguntou: “Quer dirigir agora?” Miraculosamente a palavra que saiu da minha boca foi “sim”.
Trocamos de lugar. Primeira tentativa. Claro, afoguei o carro de primeira. As mãos entraram numa tremedeira sem fim. Deu vontade de desistir. Sair do carro. Colocar chinelos nos pés e arrumar uma lareira para aquele frio inverno que invadiu minha alma. Eu jamais seria um motorista. O vendedor calmamente explicou: “Isso é normal, a embreagem do Pólo é mais alta que o carro que você aprendeu dirigir. Tente de novo”. Tentei. E, desta vez saí com o carrão. Nossa! Aqueles vidros verdes. Aqueles botões fantásticos. O som original ligado. O ar condicionado geladinho ventando no meu rosto. Ops! Afoguei de novo o carro. Mas agora eu já era um expert em ligá-lo. Mantive a sobriedade. Liguei e saí. Já estava até contando vantagem com o vendedor. Ele, impávido, ia bravamente no banco do passageiro sem demonstrar o pânico que devia estar sentindo. Afoguei de novo o carro. E quarenta metros depois terminamos a volta nos dois quarteirões que significavam o test drive. Se eu queria ir mais longe? Com certeza. O meu lado “Tom Sem Freio” surgiu. Agora eu estava no carro que eu decidira comprar. Ele já era meu. Tinha o dinheiro, o espírito!! É isso! Eu virara um motorista! Qual é?! Não me acredita? Barbeiros e amadores também são motoristas. Só não são bons ainda.
Coloquei o carro no estacionamento sem maiores problemas. Agora não havia mais hesitações. Minhas mãos esquentaram. Meu talão de cheques estava dando comichões. O vendedor todo simpático começou a preencher a papelada. Ele fizera uma venda. E aí surgira um problema. Eu pagaria a vista ou deixaria uma pequena parte pra parcelar? Incrível, passamos uma meia hora discutindo os prós e os contras. Nisto, o vendedor que não largava do celular, cruza toda Citröen e vem em nossa direção, ainda falando no aparelho. Parou apenas um instante a conversa e disse:
- O Pólo Preto foi vendido hoje de manhã!
E continuou o seu caminho. Completamente vingado diria eu.
Meu carro! Haviam vendido o meu carro!!! Nem sei como pude agüentar tudo aquilo sem chorar. Ele já era meu. Eu tinha tomado posse dele. Eu tinha andado nele. Eu tinha sentido o cheiro. O gosto. Eu já era “Tom Sem Freio”. Eu tinha o dinheiro pra pagar aquela porcaria à vista. E eles venderam o carro. Saí de lá o menor homem do mundo. Mas, pensam que isso acabou? Não, agora eu queria um Pólo Preto. Igualzinho aquele...
O rapaz pegou a chave e estranhamente me perguntou: “Quer que eu dirija ou você dirige?” Jamais pensei que havia a possibilidade de que um test drive fosse feito por outra pessoa. Aí aproveitei sua cordialidade e contei que não tinha muita prática. Com um sorriso que ia de uma orelha à outra ele respondeu que estava tudo bem. Entramos no Pólo. Deu a partida e saiu todo faceiro. Foi me dizendo alegremente as vantagens do carro. Que ele gostaria de ter um Pólo mas não tinha dinheiro. E, de fato ele estava muito feliz dirigindo o meu carro. Ah..sim, por que agora já era meu. De repente, dois quarteirões depois ele me perguntou: “Quer dirigir agora?” Miraculosamente a palavra que saiu da minha boca foi “sim”.
Trocamos de lugar. Primeira tentativa. Claro, afoguei o carro de primeira. As mãos entraram numa tremedeira sem fim. Deu vontade de desistir. Sair do carro. Colocar chinelos nos pés e arrumar uma lareira para aquele frio inverno que invadiu minha alma. Eu jamais seria um motorista. O vendedor calmamente explicou: “Isso é normal, a embreagem do Pólo é mais alta que o carro que você aprendeu dirigir. Tente de novo”. Tentei. E, desta vez saí com o carrão. Nossa! Aqueles vidros verdes. Aqueles botões fantásticos. O som original ligado. O ar condicionado geladinho ventando no meu rosto. Ops! Afoguei de novo o carro. Mas agora eu já era um expert em ligá-lo. Mantive a sobriedade. Liguei e saí. Já estava até contando vantagem com o vendedor. Ele, impávido, ia bravamente no banco do passageiro sem demonstrar o pânico que devia estar sentindo. Afoguei de novo o carro. E quarenta metros depois terminamos a volta nos dois quarteirões que significavam o test drive. Se eu queria ir mais longe? Com certeza. O meu lado “Tom Sem Freio” surgiu. Agora eu estava no carro que eu decidira comprar. Ele já era meu. Tinha o dinheiro, o espírito!! É isso! Eu virara um motorista! Qual é?! Não me acredita? Barbeiros e amadores também são motoristas. Só não são bons ainda.
Coloquei o carro no estacionamento sem maiores problemas. Agora não havia mais hesitações. Minhas mãos esquentaram. Meu talão de cheques estava dando comichões. O vendedor todo simpático começou a preencher a papelada. Ele fizera uma venda. E aí surgira um problema. Eu pagaria a vista ou deixaria uma pequena parte pra parcelar? Incrível, passamos uma meia hora discutindo os prós e os contras. Nisto, o vendedor que não largava do celular, cruza toda Citröen e vem em nossa direção, ainda falando no aparelho. Parou apenas um instante a conversa e disse:
- O Pólo Preto foi vendido hoje de manhã!
E continuou o seu caminho. Completamente vingado diria eu.
Meu carro! Haviam vendido o meu carro!!! Nem sei como pude agüentar tudo aquilo sem chorar. Ele já era meu. Eu tinha tomado posse dele. Eu tinha andado nele. Eu tinha sentido o cheiro. O gosto. Eu já era “Tom Sem Freio”. Eu tinha o dinheiro pra pagar aquela porcaria à vista. E eles venderam o carro. Saí de lá o menor homem do mundo. Mas, pensam que isso acabou? Não, agora eu queria um Pólo Preto. Igualzinho aquele...
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