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Contribuição

Se a pessoa entra na sua vida e contribui com o seu sorriso ela é perfeita para você! Gente não vem com placa Não dá pra identificar pelas letras Não dá pra saber pelas idéias e nem pelos conceitos... Nem adianta saber o signo!! Mas se ela não te faz chorar Já é meio caminho andado... Que você seja o sorriso dela! E se um dos dois chorar, que seja por causa dos outros... Seja lencinho para os olhos e não cisco! Ser feliz é só ser feliz!

Florista

Sou uma florista Que sai pela manhã Para vender flores Colhidas frescas entre as mais belas Radiantes, coloridas e cheias de luz Sorrio faceiramente Ofereço-as aos passantes Elas não são caras... O dia vai passando... Diminuo o preço Melhoro o sorriso... Elas vão murchando... E ninguém as compra... Elas morrem E triste volto pra casa... Amanhã... Amanhã colherei e venderei minhas flores Alguém há de comprá-las E sorrirei e serei faceira Um dia você não resistirá A tanta beleza...

Fome de Poeta!

Quando você me conhecer Achará que tenho uma fome imensa!! E tenho!! Mas o incrível é que me alimento de migalhas! Pensará que preciso de um vulcão!! Que me alimento de lenha e queimo fornalhas! Mas...apenas uma fagulha é o bastante... Para o poeta tudo é enorme, é “ão”! Mesmo quando ele fala de “inho” Fica comigo, me alimenta... Eu preciso de pouquinho... Apenas um tanto de carinho...

Aos Pombos!!

Para aqueles que gostam de falar de si mesmos De suas buscas, escolhas, prazeres e sonhos No pretérito, Peço que me dêem licença, Preciso passar adiante, seguir meu caminho. Podem ficar ali Ao lado daquelas estátuas de bronze Sendo cagados pelos pombos, Estes sim sabem dar o devido valor aos discursos E aos sonhos ultrapassados! Quanto a mim, só estou passando, Jamais serei passado enquanto viver Depois disso Os pombos me esperam... Mas eu não os escolhi!

Onde não estou...

Você olha para o alto de uma montanha E me diz que eu estou ali, Não entendo e pergunto, ali onde? “Lá” você diz e aponta Olho para lá e nada vejo E você insiste... Mas se estou aqui, como posso estar ali, ou lá?! Como posso olhar para mim mesmo de um outro lugar?! Não sei quem você vê... Mas a lógica espacial me diz que é outra pessoa... Mas se me vê onde não estou... Sinto que não me vê... Se eu aceitar o que me diz E caminhar até aquele lugar - que sinto nunca irá chegar – Quando lá estiver Estarei distante de mim e de você... Este é o paradoxo daqueles que nos conhecem melhor do que nós mesmos...

Amanhecendo Drumond

No meio do caminho havia uma flor havia uma flor no meio do caminho Não sei quem ali a abandonou ou deixou Sei que no meio do caminho havia uma flor. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de meus sentimentos tão cansados. Jamais me esquecerei daquela delicadeza abandonada ali em meio à minha estrada. Não entenderei este ingente mistério De que no meio do caminho, de forma inesperada havia uma flor, e que a sua beleza Me transformou havia uma flor no meio do caminho E eu a tomei e a levei comigo. Jamais esquecerei este meu gesto Não a deixei ali e nem a abandonei Eu sabia que iria murchar e morrer Mas por um momento eu a salvei E ela me salvou... Nunca me esquecerei que no meio do caminho havia uma flor E quando encontrei uma pedra, Ela nada significou

E as vezes chovem...

Se era para me matar com o silêncio Não precisava ter trazido a música Nem era necessário encher-me de cores Se o que desejava era deixar-me cinzento... Por isso gosto dos dias nublados Eles são honestos... Me deixam triste e às vezes choro, Mas, ao menos eles me acompanham, Tristes e cinzentos, e as vezes chovem...

A Pedra

Ali estava ela em meio à paisagem, posta entre as nuvens, opaca e bela. Imóvel, fixa, absoluta, completa em sua condição de pedra. Não entenderei este mistério, calarei, e ficarei vislumbrando em sua inteireza uma pedra que flutua. Não me questionarei Não filosofarei... Apenas nos olharemos eu e ela, cúmplices deste vazio estranhamento...

Apenas por um dia...

Deixa-me te amar por um dia! Apenas um dia! Deixa que eu acredite que estou apaixonado Que amo e sou amado. Deixa-me viver a magia Todo o encantamento... Não me telefone Não me procure nesse dia Não fale comigo Deixa-me sonhar, imaginar... ficar febrio para te encontrar Deixa que seja perfeito este amor Permita-me ser feliz por um dia... Um dia! Apenas um dia! Onde tudo possa ser como sonhei... Este amor será eterno por algumas horas, mas permita que seja... Não me interrompa enquanto sonho... Nem me diga que me ama! Eu já te amo e isso basta... Por um dia... Hoje, por piedade, deixa-me... Resguarde-me da desilusão do amanhã, Por ora, amo e sou amado Quero e sou querido Deixa-me te amar ao longo deste dia... Mesmo que eu o passe todo sozinho... O Amor me acompanha... Não o espante... não o assuste Porque ele é muito delicado... Então deixa-me sozinho com ele Quero fruí-lo, quero gozá-lo... Quero beber este sentimento... Que de tão raro, só pode ser meu...

Amanhã será um bom dia!!

Amanhã será um dia bom! O sol irá tocar a minha pele! Serei radiante! E se houver chuva ela irá sorrir comigo! E eu serei mais bonito Não porque farei academia Não porque emagrecerei Não porque serei aprovado pelas pessoas... Eu estarei sorrindo! E sorrirei! E não precisarei de motivos Porque sorrir é bom e não há necessidade de motivos Amanhã será um dia bom! Pois as pessoas também sorrirão para mim! Elas estarão radiantes com a luz do sol E se houver chuva estaremos todos molhados e sorrindo. É este dia encantador que lhe desejo! Não dê um passo amanhã sem se lembrar de mim e de meu sorriso E me vendo, sorria, Estarei sorrindo pra você. E se escrever sorriso tantas vezes não é gramaticalmente elegante Siga meu exemplo... Sorrir não é redundante, nem na gramática... É um prazer.. e prazer a gente repete e repete... Um grande dia amanhã... Por ora, vamos dormir... O sorriso dos anjos nos aguarda.

Está dentro!

A geração que se importava acabou... Vivo o presente, então... Então eu também não me importo... Eu também não me importo... Também não me importo Não me importo... Me importo... Importo Não posso obrigar as palavras A dizerem o que não está no meu coração.

Angola

I Tive medo em Cabo Ledo Onde vi a vida escapar-se Duas meninas negras salvas... Uma...morta... Uma morte a mais... Um branco as salva... E outro diz: tanto faz... É justo de lá que trago uma pedra Me a deram...sem beleza... Sem lustro, sem atrativos... Ocorre-me apenas o silêncio Ensina-me a ser mudo pedra... Pois roubaram-me as palavras Deixa-me sem lustro Brilhar por aquelas noites escuras... II Hei de lembrar do sorriso de Lucrécia “Estás bonito Seu João...” Hei de lembrar... Da vaidade faceira... Dos escombros de uma cidade inteira De ser um humano sem lugar... Não fui negro em ti Angola Não fui... Nem branco pude deixar de ser Apenas mais um em Luanda Lá estando não pude lá estar “tenha medo!” “tenha medo” “Ele irá te proteger!” Voltei porque tinha que voltar Mas uma parte de mim deixei por lá...

Mulher

I Quem foi que te ensinou a ser assim tão bela? Quem te disse que podias roubar toda a beleza para si? E com que soberba julgas ainda poder ser modesta? Com que ousadia humilha as outras com tua presença? Não te ensinaram a ser piedosa? Desconheces a misericórdia? Tudo o que as outras são e fazem... é pequeno... Um sorriso teu, um sorriso teu... e o tempo, envergonhado, foge... Olhos desviam-se à tua passagem... Poucos como eu suportam...ver-te face a face... Poucos... uns porque se julgam dignos de ti E eu porque preciso descrever o que eles não podem ver... II Não bastou que arrancasses o brilho do céu E o colocasse em teu olhar...e ainda Tu roubas o rubor e a doçura da ameixa madura e os põe em teus lábios?! Não se lamentam bastante os veludos não se compararem com tua pele? Precisava escarnecer de todos os tecidos? Diga-me, o que te fez o cetim, para merecer tamanho desprezo? Não precisava o mar ser humilhado pela umidade dos teus olhos... E diga-me quem agora irá mirar para os hor...

Um Século de Vida e Nada...

Muita coisa acontece ao longo de um século. Muita coisa...Livros se escrevem para se analisar e falar deste tempo que passou...historiadores se esforçam em vão por adquirir uma contemporaneidade que nunca lhes pertenceu. Poucas pessoas restam que podem dar testemunho sobre a história do século XX. Pouquíssimas viveram mais que sessenta ou setenta anos. Toda semana somos informados que um nome importante de nosso teatro, cinema e televisão desapareceu. Uns já haviam desaparecido da mídia há tanto tempo, quer por não terem se adaptado aos novos tempos, quer por escolha própria, que já até mesmo as lápides estavam previamente escritas. Todos os anos vemos uma ou outra homenagem (pífias, seja dita a verdade) a Oscarito, Grande Otelo, Mazzaropi entre outros. Quando falamos em vida artística no Brasil parece interessante citar grandes nomes do passado e imediatamente sacamos Cacilda Becker, Jardel filho, Procópio Ferreira, pulamos para Emilinha Borba, Dolores Duran, com a facilidade de quem ...