(Continuo aqui o texto anterior. Passaremos incialmente pelos anos setenta, a televisão e suas influências e chegaremos aos poucos até os anos 90 e as profundas transformações sociais e sexuais que ocorreram na sociedade).
Começavam os anos 70 e éramos apenas amigos!
Uma
das coisas que me passavam pela cabeça quando era menino (05/07 anos) é que eu
deveria ter nascido mulher. Mas isso ocorria não porque eu desejasse os homens,
mas porque eu era, desde aquela época, bastante caseiro e não queria sair de
casa e nem ver pessoas. Depois aprendi a ler e tudo o que eu queria era mais
silêncio e menos pessoas. Depois veio a música e aí eu queria ainda mais
silêncio e nenhuma pessoa. Mas para um homem essas coisas não eram possíveis.
Homens deveriam ficar o dia todo fora de casa trabalhando e fazendo coisas que
não gostavam, pois era necessário para sustentar a casa. Então, o Luizinho
queria ter nascido mulher para ser “sustentado” e ficar em casa. E eu não
achava a vida doméstica tão terrível, mas devia ser porque era uma criança.
Nesse
período curto entre 1972 e 1976, desgastava-me com declarações de guerras aos
formigueiros; declarando-me seu Deus e depois os castigando - por não me
obedecerem - com um esguicho de água de um desodorante adaptado. Às vezes do
céu caía fogo, pois eu atirava álcool sobre essas desobedientes e reeditava
Sodoma e Gomorra. Quando essa perversidade não me dominava eu assistia uma hora
de TV, junto com minha irmã.
A
TV era uma imensa novidade, poucos a tinham e a programação era tão inocente
que hoje nenhuma criança se interessaria por ela. Riamos desbragadamente dos
Trapalhões, no sábado a noite (?). E ainda havia, nas sextas a noite, o
Programa Airton e Lolita Rodrigues, onde todos apareciam em trajes sociais e de
gala para cantarem. Um respeito com o público fabuloso, era como se pudéssemos
estar no melhor show de São Paulo dentro de casa. Na manhã de sábado alguns
minutos de Jornada nas Estrelas, Túnel do Tempo, Terra de Gigantes, e no fim da
tarde Lancelot Linke, domingo de manhã (se não me engano) Viagem ao Fundo do
Mar, e Concertos para a Juventude. Encerrando o fim de semana tinha o Programa
Moacyr Franco, logo depois do Clube do Mickey (horroroso).
Em
pouco tempo notei que a vida das mulheres não era nada boa. Minha irmã estava
sendo sempre requisitada para todas as coisas e tudo “era coisa de mulher”. Eu
me ressentia, e pedia para minha mãe me ensinar a cozinhar, e a fazer as mesmas
coisas que minha irmã. A pobre da minha mãe também era uma mulher daquela época
e resistia em me deixar fazer as coisas de “menina”, mesmo porque, meu pai
poderia questioná-la e a vizinhança também poderia “falar”.
Bem,
mas eu era eu, insuportável, e não teve jeito, recebi as mesmas tarefas que a
minha irmã, e tudo fazíamos juntos. Mas não havia em nenhum dos dois, e nem nos
meus pais, a menor dúvida que eu era homem e minha irmã mulher, não havia
nenhuma confusão. Pois todos brincavam de tudo. Eu brinquei com bonecas - o que
causava certo mal-estar - mas brinquei com carrinhos, com bola, com meninos e
participei de todas as brincadeiras coletivas. Fiz cabanas em terrenos baldios,
estilingues - só não matei passarinhos por incompetência - e as terríveis
guerras de mamona.
Eu
não tinha nenhum problema de gênero - como diriam décadas mais tarde. O que
mais preocupava na educação de um menino era se ele ia ser “mole”. Em outras
palavras, preguiçoso, choramingas, medroso e sem coragem para encarar o mundo
(neste caso, outros homens). Essa era a preocupação central, a “outra”
preocupação não era nem sonhada, se havia não era nem pronunciada. Os meninos eram educados para a virilidade.
Enfim,
voltando para a puberdade e adolescência, nos anos 80. Era uma fase de
descobertas, e bem aos poucos parecia que coisas novas aconteciam em mim e no
mundo. Naquela década tudo era mais ou menos igual aos anos 50 só, a música
realmente nos diferenciava. Ao final dos
anos 80 outra coisa terrível iria destruir essa era da inocência, o videocassete.
Nesse período ele não afetou tanto a mim, pois era absurdamente caro, mas pouco
tempo depois a pornografia se tornou o feijão com arroz dos meninos púberes. E
apesar de, novamente, as pessoas acharem normal essa liberalidade com os
meninos, ela não é normal. São crianças e não compreendem efetivamente a
inteireza de um ato sexual, nem estão maduros para o assunto e para as
complicações emocionais decorrentes deste ato quando ocorre de forma precoce. E
deixar que filmes pornôs eduquem os meninos foi o pior que poderia ter
acontecido. Sei que alguém dirá que era melhor do que a iniciação no
prostíbulo, entretanto, isso é lenda no que diz respeito aos interiores do
país. A maioria dos homens se casava tão casto quanto as mulheres. Era uma
sociedade sobretudo rural ainda.
Um
filme pornográfico não é um ato sexual entre um homem e uma mulher e nem entre
um homem e um homem, é um FILME. E ele não retrata a realidade e nem essa
vivência específica do ser humano. O filme precisa transformar seus atores e
atrizes em objetos para serem filmados. O motivo do sexo ocorrer não é qualquer
coisa emocional ou justificada, exceto o fato de que o filme quer mostrar sexo
explícito. E se lembrarmos bem, não havia nada de “explícito” no sexo entre as
pessoas até então. Geralmente era feito de forma discreta e com luzes apagadas.
Isto é bom, pois você pode apreciar a pessoa no escuro. Assim ninguém era lindo
demais e nem feio o bastante. Também há a questão do tempo de duração destes
mesmos atos, que no filme obedecem às necessidades de mercado; não é o tempo de
um ato sexual, é a “duração” necessária para a sequência prevista dentro do
filme, e a união destas sequências dando o tempo do filme como um todo para
atender a padronização do mercado de vídeos.
A pornografia interferiu decisivamente na sexualidade masculina
Estes
meninos tiveram como informação humana e visual a objetificação de si e do
outro (a objetificação e brutalização dos homens já era regra, pois você
precisava deles assim para o trabalho pesado e para a guerra). E aí o espelho
virou uma necessidade para eles, pois precisavam ver se estavam fazendo certo o
sexo. Precisavam verificar a performance.
Precisavam replicar o filme, pois o filme havia supostamente mostrado “como
era”. E neste processo precisaram narcísicamente olhar mais para si, para seu
desempenho, esquecidos da mulher com quem realizavam o ato. E as mulheres, aos
poucos tiveram que se inteirar do que delas se esperava no novo jogo
pornográfico existencial. Gemem mais, gritam loucamente, e entram numa performance de como quem estivessem
sendo altamente satisfeitas para desta forma excitarem o homem. O sexo bem
feito é como um filme feito numa tomada única (impossível). A pornografia teve
a desgraça de deixar visível aquilo que deveria ser discreto, feito em meio à
penumbra, na qual os corpos eram adivinhados. A pornografia social é uma prova
de que a “perversão do masculino” prevaleceu nas relações sexuais e emocionais.
Uma das suas pontas foi a “machistização da mulher” o feminino entrou numa
crise profunda.
A
sociedade do erótico acabou quando o vídeo cassete chegou. Antes tudo era
sugerido, vivido, desejado bastante antes que ocorresse. O interdito fazia
parte da realização dos desejos. A pornografia explicitou o sexo e os corpos.
Agora a luz escancarava a relação sexual. E tudo o que era considerado
grotesco, nojento, nauseabundo, desrespeitoso, passou a ser considerado como
etapas necessárias do ato amoroso, que agora dispensava o amor e era apenas ato
sexual. Em outras palavras, aquilo que poderia ser uma relação efetiva entre
duas pessoas, passou a ser um bailado grotesco entre dois corpos definidos e
oprimidos por um produto midiático.
A
performance passou a ser tão ou mais desejada do que a pessoa mesma com quem se
a está realizando. As relações pessoais saíram da esfera do íntimo, do pudico,
para o obsceno, para o exagero, e para a completa falta de realização do
desejo. Restava a ansiedade de uma insatisfação crescente. Aos poucos também chegou para os meninos, e neste caso, não tão jovens,
os filmes pornôs gays. E aí aconteceu a maior tragédia humana que poderia
acontecer. Os que foram objetificados e marginalizados pela sociedade também
passaram a objetificar e a se ver em relações objetificadoras. A subjetividade,
o romance, o afeto prolongado, os planos de futuro, desapareceram das relações
gays. E o incrível é que desapareceram antes de poderem ocorrer de fato.
Pois
se lembrem, antes disso homens não tinham relacionamentos maritais com outros
homens. Pulamos diretamente do interdito
para a putaria e a promiscuidade. E quanto mais livres e aceitos somos, parece
que a expressão desta aceitação é mais putaria e mais promiscuidade. E
homens, e jovens homens, nem se apercebem que a maturidade emocional está
ficando para trás e que no fundo jamais se desenvolverão como humanos plenos,
capazes de amar, serem amados e serem inteiros. A maturidade emocional só
ocorre em presença do outro, em presença e em constância. As relações fáceis, e
rápidas, como uma masturbação mantém os homens numa eterna adolescência, até
que pintos não hajam mais e a vida tenha passado.
Sei
o que parece, e isto me preocupa, pois também passará uma imagem errada a meu
respeito. Desde sempre fui e sou pela liberdade sexual, dos corpos e das
pessoas. E, na medida do possível, vivi e fiz coisas que me deixaram livre para
ter e dar prazer e também para saber o que era, ou não, desejado. Como muitas
mulheres também precisei aprender a dizer não; pois que mesmo entre homens
existe certa imposição entre os desejosos e os desejados; existe também uma
necessidade de “agradar” para garantir o amor e a companhia, até você aprender
a dizer “não”. Afinal, afeto não se compra com subserviência e nem com
prepotência. Na verdade, nem se compra, apesar dele ter seu preço.
Nesse
jogo de explicitação, nos anos 80, aos poucos, bem aos poucos, as palavras
começaram a serem aceitas com maior naturalidade. Ah, sim, até as palavras
passavam por vigilância social séria. Não podíamos xingar (o engraçado é que
nem conhecíamos os palavrões). No programa humorístico dos Trapalhões, a
personagem Didi, dizia “tesouro” quando uma mulher bonita passava. Demorei duas
décadas para saber que era uma forma de dizer “tesão”. Neste sentido a canção
ganhadora do primeiro lugar do Festival dos Festivais, em 1985, defendida por
Tetê Espíndola, “Escrito nas Estrelas” foi uma divisora de águas, pois disse a
palavra proibida em alto e bom som “...porque sem você meu tesããão...” e
cantávamos juntos, cheios de satisfação por poder dizer, cantar, aquilo que não
deveria ser dito. Acredito, inclusive, que este foi o motivo real para ela ter
sido a ganhadora.
Tetê Espindola - Estava Escrito nas Estrelas
Era
tão libertador quanto lutar contra a ditadura militar. Hoje eu prefiro a
economia das palavras de antes. Prefiro que as coisas sejam sugeridas e não
ditas de forma direta e vulgar, mas este sou eu, os outros são os outros. Não
me tornei conservador, mas senhor das minhas escolhas; assim como aprendi a
dizer “não” para alguns desejos alheios, aprendi a dizê-lo para mim e para as
coisas sociais que - enfim -, não senti que levaram a um lugar mais
confortável. Hoje sinto prazer em ser “educado” com as palavras, assim posso
ser deseducado quando necessário. Mas a vulgaridade verbal ou por escrito é
poucas vezes bem vinda numa sociedade que respeita os seres.
Nesse
contexto surgiram o seriado Malu Mulher, a lei do divórcio, a programação da TV
Globo estabeleceu na parte da manhã a TV Mulher, na época liderada por Marília
Gabriela e Xênia. Nas telonas Kramer x Kramer levava óscares, aparecia Tootsie
(chatíssimo), enquanto ouvíamos Rita Lee e todo a moçadinha da New Wave que se
desdobraria rapidamente no Rock Nacional marcante do período. E de pano de
fundo o fim da ditadura, a Constituinte, e as Copas de Futebol de 82 e 88.
Fiuuuuu! É muita coisa! A coisa mais importante foi a explicitação dos direitos
das mulheres e a discussão pública do prazer feminino.
Este
momento foi fundamental para a sociedade como um todo. Ninguém mais transaria
como havia transado antes - azar o meu, nem tinha transado ainda e já mudavam
as regras. E aquilo que deveria ser libertador, acabou se tornando uma carga
que as mulheres carregam até a atualidade - muitas vezes sem o perceberem.
Carregam para a cama todas as exigências de alcançar o prazer feminino que “os
homens lhes negaram” ao longo dos séculos. Bem, essa era idéia geral, a
dominação masculina. E os homens, mais e mais, brocham por não saberem como
atender as exigências todas, causando frustração em ambas as partes.
Nas
cidades grandes foi um momento bem complicado, principalmente porque o
travestismo se tornou pujante. Sua pujança nunca foi maior - e hoje até parece
que desapareceu. Surgiram os Seios e bumbuns de Silicone, e eu ouvia dizer que
apesar dos homens brasileiros preferirem este último, aos poucos a moda dos “peitões”
americanos se impunha por aqui. Os corpos começavam a obedecer “aquelas”
exigências da pornografia que nos chegava. Existiram, eu mesmo os li, trabalhos
acadêmicos sobre travestismo demonstrando como o travesti amplificava em seu
corpo os traços mais “desejados” em uma mulher. Eram superfêmeas. Pouco antes
dos anos 90, não como surfêmea, mas como “superfeminina” surgiu Roberta Close,
que “pirou” a cabeça dos homens. Quase como um sintoma do medo masculino,
infundado, que as mulheres se masculinizassem no processo de liberação (isso
nas grandes cidades e o que era mostrado na TV). Nos interiores a coisa ficou
bem divida, havia aquelas mulheres que achavam Roberta Close linda e aquelas
que diziam “ai, credo, é um homem, gente! Como vocês podem gostar de algo
assim?!”. O certo é que entre idas e vindas, contradições e transformações, a
sociedade foi se acostumando com as coisas que antes não existiam ou “não eram
assunto”. Todo o processo que antes estávamos vivendo em busca de um equilíbrio
entre o Ying e o Yiang, a complementação entre Masculino e Feminino, implodiu.
E, como comentei anteriormente, o feminino entrou em crise, apesar de
acreditarem até hoje que foi o masculino.
Assim transcorria a sociedade até
que a Pandemia de HIV, que resultava na Aids, obrigou a sociedade a mudar seus
comportamentos e a fazer pente-fino naquilo que parecia ter ficado para baixo
do tapete. Milhões de pessoas morreram em razão desta doença. O que não se fala
é que os milhões que morreram inicialmente, na primeira hora, eram artistas,
intelectuais, pesquisadores, etc. Pessoas que estavam na vanguarda da arte e do
conhecimento humano, pois nessa época ter uma sexualidade mais fluída e liberar
seus corpos e desejos era mais ou menos o mesmo que estar na ponta do
pensamento humano. A Revolução Sexual dos Anos Setenta frutificou, sobretudo,
nas camadas mais intelectualizadas, artísticas e experimentais. Chamo atenção
para este fato, pois não podemos imaginar em que tipo de atraso a morte de
tantas pessoas significativas na cultura humana nos enfiou. Que mundo teríamos
hoje sem a Aids?! Com certeza não seria este. Alguns Einsteins morreram, outros
Michelangelos, outros Shakespeares, só para falar do óbvio.
Na enxurrada da assustadora pandemia
veio também o movimento americano de liberação Gay (bem anterior a isso, mas
até então não ouvíamos falar dele). E chamo atenção para o “americano”, pois
sempre parece que no nosso país vivemos de uma pálida imitação do que fazem em
outros. Sempre quis dizer uma grande
verdade, os viados daqui não eram os gays de lá. Talvez hoje sejam. A
partir do final dos anos sessenta houve maior visibilidade e proliferação da
“cultura Gay”. O que era essa cultura então, nos Estados Unidos? Nada mais do
que um conjunto de práticas nascidas da necessidade de pessoas perseguidas
socialmente.
Mas a AIDS, inicialmente detectada
apenas em gays, chegando a ser apelidada de A Peste Gay, caiu como uma luva em
algumas expectativas do movimento americano. Se havia uma doença típica apenas
de gays, isto era sinal que haveria uma diferença genética entre os gays e o resto
das pessoas. Isto significava que a causa gay era biologicamente defensável. Os
gays teriam de serem aceitos e terem um lugar na sociedade, pois eram biologicamente
diferentes, geneticamente determinados. O homossexualismo (escrito assim mesmo)
não era uma doença, nem uma opção.
Ainda que em poucos
anos essa idéia equivocada tenha sido deixada de lado, ela foi o equivalente da
liberação feminina. Foi dos Estados Unidos que veio a idéia que resultaria num
apartheid de gênero. Daí por diante - seguidos pela AIDS bem de perto -, homens
que preferiam os homens são levados socialmente a “assumirem” suas preferências
e depois mais ou menos pressionados a “saírem do armário”. E isto significou
não apenas uma suposta “liberdade” para que pudessem liberar seus desejos e
instintos sexuais como também o fato de que gostando ou não foram empurrados
para viverem em grupos socialmente separados. Um apartheid não oficial que
existe até a atualidade. O homem que assumisse a sua
tendência homossexual teria toda a vida “louca” pela frente, poderia desfrutar
das comodidades das saunas gays, das boates gays, dos cinemões de pegação,
ficaria mais a vontade para encontrar parceiros nos banheiros das rodoviárias.
Sejamos justos, estes lugares ainda não eram tão claramente definidos.
O
risco de que um homem que tinha relações com outros homens e que fosse casado
com uma mulher transmitisse HIV para sua esposa era tão real e importante para
a sociedade que estes homens tinham que ser “reconhecidos” e “apartados” das
namoradas, noivas ou esposas. Este foi o rastilho de pólvora que detonou as
relações matrimoniais e expôs a complexa sexualidade masculina. Ainda que
naquela época se achava que haveriam homens heterossexuais e que outros seriam
homossexuais e que tudo isso significava socialmente uma imensa novidade,
parece que a realidade histórica e social, quer seja dos costumes quer seja dos
desejos era a de que o erotismo masculino jamais havia sido “refletido”,
pensado, questionado, e quando o fizeram desta vez, ainda assim não parecem ter
acertado. Como diria Freud, parece que em essência os homens são bissexuais.
Este
apartheid que se consolidou e continua até os dias atuais não se constituiu
apenas em uma divisão sexista da sociedade, mas também teve consequências emocionais,
familiares e profissionais. E famílias expulsaram do seu seio os diferentes, e
muitos destes, saíram dos círculos familiares e foram para as grandes cidades.
Agora em busca de saber “o que eram?”. De ora em diante, o afeto mais profundo
por um amigo seria considerado como homossexualidade, “uma mãozinha amiga”
homossexualidade, “um abraço suado” homossexualidade. Até outro dia eram homens
e meninos filhos de mamãe e papai e agora eram gays, quase toda intimidade
entre homens passou a ser considerada como sendo do universo da
homossexualidade. “Gay? O que é ser Gay? Até então não éramos viados?!” “Não,
amiga, o certo é homossexual!” Nossa próxima discussão, cabeluda! “Tipo Ursos?!”
Carmen Miranda, um ícone das Drag Queens
Continuamos
na próxima semana! Não perca mais um capítulo da séria série, a história não
contada!
(muita
coisa está sendo deixada fora do texto, pois são informações demais. Busque
literatura adequada para refletir sobre tudo o que aqui está sendo dito. Não se
trata de uma verdade ou da verdade, mas de um ponto de vista, tido e havido a
partir de um lugar e de um tipo de sociedade, também verdadeiro)
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