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Um Século de Vida e Nada...

Muita coisa acontece ao longo de um século. Muita coisa...Livros se escrevem para se analisar e falar deste tempo que passou...historiadores se esforçam em vão por adquirir uma contemporaneidade que nunca lhes pertenceu. Poucas pessoas restam que podem dar testemunho sobre a história do século XX. Pouquíssimas viveram mais que sessenta ou setenta anos. Toda semana somos informados que um nome importante de nosso teatro, cinema e televisão desapareceu. Uns já haviam desaparecido da mídia há tanto tempo, quer por não terem se adaptado aos novos tempos, quer por escolha própria, que já até mesmo as lápides estavam previamente escritas. Todos os anos vemos uma ou outra homenagem (pífias, seja dita a verdade) a Oscarito, Grande Otelo, Mazzaropi entre outros. Quando falamos em vida artística no Brasil parece interessante citar grandes nomes do passado e imediatamente sacamos Cacilda Becker, Jardel filho, Procópio Ferreira, pulamos para Emilinha Borba, Dolores Duran, com a facilidade de quem ...

Da Imaginação e Do Carro

Querem resolver o problema do trânsito em São Paulo. Alguns apelam para o mais óbvio – e necessário – maiores investimentos do governo em transporte público... Tudo bem, mas se tivéssemos todos estes transportes atualmente, ainda assim compraríamos carros e desejaríamos andar com eles, nos exibir com eles. As autoridades se esquecem que um automóvel não é apenas um meio de transporte, talvez essa seja a sua última função. Um carro é um veículo para a nossa imaginação. Já compararam os homens que neles andam com cavaleiros de armadura, armados até os dentes, cavalgando pelas estradas, fazendo estragos. Já disseram que os penis de alguns são inversamente proporcionais ao tamanho do carro. Bem, isso não impediu que os carros continuassem aumentando de tamanho. Quando ainda andávamos a cavalo – se é que podemos assumir o passado – nos convenceram a abandonar aquele amigo que tínhamos. O cavalo era quase um membro da família. Ele era companheiro, não derrubava o seu dono. E, da ...

Me Cuide

Me cuide, toma conta de mim... Me cuide em silêncio... Me deixa descansar no seu colo e não me pergunte nada... Me cuide pelas esquinas da casa E mesmo que eu me desfaça em lágrimas... Apenas me abrace... Não fale das minhas virtudes... elas me pesam E nem dos meus defeitos...eu os conheço... Não me importune comigo mesmo... Eu não quero ser o assunto... Seja minha sombra, minha árvore, meu alicerce... As palavras me cansam e exaurem... Não diga que me ama, apenas cuide de mim... Deixa que teus olhos me contem tudo... Que tuas mãos fiquem perdidas entre as minhas... Ouça o meu silêncio Que o teu será para mim uma sinfonia Cheia de significados... Não precisa falar da tua força, Apenas seja forte... Deixa tuas coisas pela casa... Para que elas me cuidem na tua ausência... Me cuide... Porque sou uma rosa cheia de espinhos... Me rega com carinho, afasta de mim as pragas... Não me pode... E eu prometo ser o que sou...

Eu Google!!

Às vezes eu coloco o meu nome no google e fico me procurando... Antes eu já me procurava, sem me achar Altavista, Yahoo! Cadê?! Buscava e buscava...tentava todas as combinações E nada... Em outra época eu já me procurava Mas as coisas não tinham o meu nome Catolicismo, Espiritismo, Cristianismo, Budismo, hinduísmo... Era um caminho, mas não era eu... Aí um dia mudei de nome, cortei o Antonio Publiquei um livro, assumi minha poesia Escrevi uma tese sobre o que eu realmente amava Uma vez meu nome apareceu no Yahoo... E depois apareceu no Aonde... Eu ainda me busco, me procuro Quase todos os dias... Às vezes aparecem oito páginas inteiras de pesquisa no google... E se somar o meu nome antigo, surgem treze páginas!! Aos poucos me convenci de quem sou... Não há dúvida possível sobre quem eu seja...está lá!! Então...quando não sei quem sou... Não converso mais com Deus... e tento não entrar em crise. Eu me procuro no google E lá ele me diz o meu nome. Quem sou, onde estou e o que faço... É e...

I

Quem te ensinou a olhar pelos meus olhos?! A ouvir pelos meus ouvidos?! Quem te ensinou a roubar as minhas palavras?! A viver pelas minhas idéias?! Pois bem Pra você Sou cego, surdo, mudo e burro!!

IV

Não quero um pedaço seu! Ou você tem alma ou não tem! E não fique triste, Nem todo mundo que nasce Vem com personalidade! Há deficientes de todos os tipos! Eu vim sem coração, Mas que importa?! Ninguém usa mesmo!

V

Dizem que sou frio! Corrijo: sou gelado! Mas, alguém tem de substituir As calotas polares, não?! Então, salvarei o planeta E não ache estranho Se por você eu não me derreta!

VI

Este seu corpo malhado Esta sua cara de tarado Este seu engenhoso rebolado Este hábito de dizer: não, querendo Este jeito de ser, não sendo Olho e não me engano! Cara! Você é viado! Não se ofenda! Não há nada de errado! Compreenda: O óbvio não me atrai!

VII

Ando tão inspirado Que os poemas estão ruins! Me disseram: não faça rimas Com ado Com ar, Com ão, E mesmo não querendo tudo sai rimado Que posso fazer se não te agrado Se quero amar E se ouço não?! Melhor que seja assim...

VIII

Se a minha língua parece uma faca Que pena que você não seja um bife Estou de garfo em punho E com o prato pronto Se quiser ser carne Estou sentado na mesa de jantar!

IX

A sua alma não me interessa! Ao diabo com ela! Nem mesmo ele a quer! Tem tão pouco a oferecer Que fico feliz com seu corpo Te tocar é uma caridade que te faço E embora seja rico Há gente melhor na mendicância e na indigência Pena que para eles não tenho paciência.