Muito divertido. Vale por algumas
imagens espetaculares, de tirar o fôlego. No entanto, a estética foi um pouco
prejudicada por cortes rápidos, um pouco mais de tempo para apreciarmos a
beleza teria sido desejável. A música tem momentos bons e até ótimos, mas não
escapa da música épica enlatada. Repetitiva, maçante e exagerando nos
instrumentos de percussão (eletrônicos, claro)
Agora o mais divertido é ouvir
toda aquela patriotada americana transportada para a Grécia Antiga. Gente!! Os
Persas (iranianos atualmente) atacaram até com homens bombas!! Claro, para não
ficar evidente demais a questão política colocaram uma mulher grega liderando o
exército Persa. Artemísia, pobre rainha cujo nome foi lembrado apenas para
batizar uma figura caricata. A referência ao Irã é tão exagerada que teve até petroleiro
no filme, jogando petróleo no mar para depois tacar fogo. E claro, ele
explodiu, pois é típico de um filme de Ação que haja explosões. Em seguida
vieram os homens bomba.
A melhor frase do filme ficou
para um figurante, que estava entre os Cidadãos Atenienses em pânico no seu
Senado (ou Ágora), Quando Temístocles (conhecido general Ateniense) os informa
que precisa da ajuda dos Espartanos, ele ouviu algo mais ou menos assim: “Quê?
Aqueles Espartanos PEDERASTAS?!” Tradução
tosca: “Quê? Aqueles Espartanos viados?!”
E quando Temístocles procura os
Espartanos, encontra todos eles brincando de lutar como se fosse um Clube
Lether com sadomasoquismo.
Não tem como não rir.
Legal mesmo é quando a rainha de
Esparta, Gorgo – viúva de Leônidas (pasmem!) chega ao final do filme para dar
fim em Artemísia (ex criança abandonada e prostituta). É lindo!! A mulher viúva
– mãe de família – chega cheia de dignidade para terminar com a puta e ficar
com o que sobrou de Temístocles!! E a pátria e a família foram salvos. Gente...
O mundo tá perdido.
Agora quem gosta de Tarantino
deve ir ver. Os soldados são massacrados de todas as formas possíveis. É um
show de picadinho humano, sangue, sangue e mais sangue... Só que o filme parece
de algum diretor de filmes de Zumbi, pois as pessoas são destroçadas da mesma
forma que o fazem com hordas de zumbis loucos, estéreis e vazios. É muito chato
uma luta que tem sangue, mas falta o principal: morrer é terrível, matar
também, é por isso que é um momento difícil. Não dá para se fazer um bom filme
se você acha que aquilo é um game. Depois que Mel Gibson fez picadinho de Jesus
Cristo, o que resta pra humanidade?
Sobretudo é uma salada de gêneros
e estéticas: quadrinhos, filmes de zumbi, épicos, trash, e pornô soft.
Ah! Santoro salvou a sua
dignidade aparecendo no início como ele mesmo, bonito e normal, depois volta a
ser o Deus mais fracassado e desinformado que já passou pelo oriente médio.
Mas, continuo dizendo, vale como
divertimento infantil para adultos.
De História Antiga só tem o nome,
deveria se chamar “300, a ascensão do
preconceitotério!”
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