No deserto dentro de mim há uma trilha de pegadas. Não sei
de onde vieram e nem para onde vão. As direções se confundem neste horizonte
árido e vazio. Sei quem as deixou, mas não sei quem é...Passou como um
peregrino em busca de alguma coisa, fazendo uma jornada qualquer. E incauto deixou
suas marcas em mim.
Eu as miro, e suspiro... Olho-as, e satisfeito tenho-as por
companhia. Até que o vento pouco a pouco as apague. Peregrinos não têm culpa
por seus pés repousarem delicados e macios na fina camada de areia. E nem esta
por lhes guardar a lembrança.
Sopra ligeiro vento, sopra ligeiro! Deixa-me guardar apenas
por um instante, essa imagem que se desfaz, pois a aridez da minha paisagem não
combina com marcas em vão.
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