Agora que vários amigos têm em mãos o livro "Memória Impura" gostaria de fazer de público um agradecimento. Não é segredo para ninguém que dedicar-se à escrita no Brasil é algo muito difícil... Primeiramente, o próprio exercício da escrita -sempre podemos melhorar -, depois, acreditar que se está fazendo algo. Pode parecer incrível, mas nesta hora é muito bom receber a benção de alguém mais velho que trilhou antes o caminho. Neste sentido a primeira pessoa a me animar neste processo, há mais de dez anos, foi o escritor Ignácio de Loyola Brandão, ele me disse: "Você é muito corajoso, rapaz, e você é um escritor". Não precisou dizer mais.
Estas pessoas que hoje são reconhecidas como escritores e escritoras brasileiros, cujo nome citamos sempre que gostamos de algo, tiveram um longo caminho. Deus sabe os sacrifícios que fizeram, as suas dores, as suas alegrias, seus tormentos literários, seus "tormentos ocasionais". Eles possuem - não só por estilo e amadurecimento - um nome. Construíram algo para o mundo e que este mundo respeita a cada vez que ouve seus nomes citados, e os reverencia. Respeito, contribuição e dignidade.
Faço este longo preâmbulo, pois entendo que a minha literatura não é exatamente "light", ela exige de mim, ela exige do leitor... Então, se alguém no passado disse que sou corajoso, eu poderia dizer também que não é tão dificil ser um corajoso desconhecido... Tudo isso, para chamar atenção para a Apresentação do meu livro.
Quem abre o meu trabalho, para minha felicidade, é a escritora Capixaba, brasileira, Bernadette Lyra. Autora de grandes livros, como: As Contas no Canto (contos), 1981; O Jardim das Delícias (contos), 1983; Corações de Cristal ou A Vida secreta das Enceradeiras (contos), 1984; Aqui começa a dança (novela), 1985; A Panelinha de Breu (romance), 1992; Memória das Ruínas de Creta, 1997; Tormentos Ocasionais, 1998; e "O Parque das Felicidades" (contos) 2009; respeitada no Brasil, amada no Espírito Santo, razão de dissertações e teses de literatura...
Apostando no meu esforço, ela leu minha obra, entendeu, sofreu com alguns personagens, e escreveu. Ela não foi, como alguns podem pensar, apenas minha amiga, me fazendo um favor. Não, não foi assim. Ela é minha amiga, muito querida. Mas quem abre meu livro e ali colocou seu nome - com tudo o que isso significa - com toda coragem, foi a escritora Bernadette Lyra, a quem jamais terei como agradecer de verdade. Espero que entendam a honra que para mim isto significou. Obrigado, Bernadette Lyra, simplesmente obrigado.
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