Se a Poesia existe,
Ela só pode existir como uma manifestação
De todas as coisas cotidianas...
Um murmúrio, um grito, um uivo, uma prece,
Um silêncio (entre todos os silêncios)...
Se ela existe...só existe como um enunciado
De toda grandeza.
Não existe poesia pequena,
ela é sempre o resumo do universo num só instante
num só momento...e sempre, sempre
será vários universos... constituindo os instantes...
As musas há muito tempo calaram-se...
Não as ouço, nem as percebo...
Onde estarão Io, Terpsícore, Clio e...
Mnemosine a sempre inevitável?
Sou cercado apenas pelos instantes...infinitos
Que me formam e reinformam, fazendo-me engasgar
Com os soluços do eterno.
Se o poeta é um solitário
Só o é por circunstância poética...
A companhia das folhas secas que
Das árvores fatidicamente caem,
sempre estará a informar a sua realidade...
Passageiro... é como o poeta é, é como haveria de ser.
Se a poesia existe é por que o poeta não é dono de si
Enquanto ela existir ele sempre será o resumo do instante,
Nem feliz nem triste, apenas o emaranhado de todas as cores e
Dores...
Felicidade de poeta é estar ali,
A um passo de onde todos estão,
Ou à frente ou atrás, mas sempre a um passo.
Ele não bebe nem sente o segredo das palavras
Compreensão passa ao largo do que ele faz
Só é poeta quem fruiu o gozo do cotidiano em suas próprias veias
Só é poeta quem nunca quis publicar um livro de poesia
Pois em essência toda poesia é secreta.
Secreta e escondida no corpo do poeta...
Seus olhos são a chave dessa estranha caixa
Só eles podem dizer o que lá dentro se encontra
Só eles são ao mesmo tempo desveladores
e guardadores de segredos...
Mas olhos não são chaves...
E o mundo de cada poeta
Jaz ali escondido,
Mesmo quando é mostrado
Continua incompreensível,
Mesmo quando explicado.
Quando ele se manifesta só se vê a Poesia
Ela existe, ele não.
Por isso ele parece confuso,
Mesmo quando claro,
Por isso ele parece-se com todos
E com ninguém...
Ele é formado por todos os fragmentos
Cotidianos, não pode ser diferente do arco-íris
Que é uma coisa só, mas possui sete cores.
É doloroso ser poeta
É doloroso...
É dor de Mãe
Fica feliz com a dor do parto
Pois isso significa um filho.
O poeta é mãe
A quem cujos filhos foram roubados após o parto
Resta-lhe apenas a alegria daquele sofrimento
E o vazio, o estranho vazio
De quem já teve um universo dentro de si
E o viu partir...
Não é poeta aquele que não está permanentemente grávido
Dos instantes...
Mas há os abortos...sim, por que são naturais,
E talvez estes sejam em número maior do que os nascimentos
Mas todo aborto prenuncia a geração de um filho mais forte,
Mais resistente...
Se a Poesia existe é por que existem os poetas...
Estes seres deslocados, aparentemente tristes,
Aparentemente confusos...
Cheios de tanta vida que dói
E nasce...
Não tenho musas nem musos,
Eles se foram ou nunca existiram...
Por isso amo todos os instantes que proporciona
Com sua presença,
E se fico parecendo confuso,
Ou deslocado, é que felicidade dói,
Ao menos para quem tem a vida dentro de si.
E ela é triste pois todos os instantes passam...
E é feliz pois todos se repetem sempre novos...
Muitas poesias morrem antes mesmo de terem nascido...
E as que nascem ou nasceram, mesmo em segredo,
Não me pertencem mais...
Por isso amo os seus instantes... sempre me alimento deles
Você me traz beleza, luz, alegria,
Às vezes dor, cansaço, melancolia,
Doces, chocolates e sorvetes...
Carnes sem fim,
Sonhos e desejos...
Em troca de tudo o que você pede,
tudo o que você precisa,
tudo o que o mundo diz que tenho que dar,
e mesmo sabendo que tudo você merece
Sou poeta, só tenho poesia para dar...
E não adianta perguntar por que as bananeiras dão bananas
Ou por que as macieiras dão maçãs...ou
Quem as inspira (?)
Poetas dão poesia, e, como as árvores
Sugam da Terra a seiva para o seu fruto
E, alimentam...não importa se doces ou amargos,
Alimentam, mesmo se forem veneno
Pois veneno nutre a morte...
Então, diante de todas as coisas que fatalmente me serão pedidas
Como Cristo que pediu figos fora de época para uma figueira,
Só espero que você goste de poemas.
Ela só pode existir como uma manifestação
De todas as coisas cotidianas...
Um murmúrio, um grito, um uivo, uma prece,
Um silêncio (entre todos os silêncios)...
Se ela existe...só existe como um enunciado
De toda grandeza.
Não existe poesia pequena,
ela é sempre o resumo do universo num só instante
num só momento...e sempre, sempre
será vários universos... constituindo os instantes...
As musas há muito tempo calaram-se...
Não as ouço, nem as percebo...
Onde estarão Io, Terpsícore, Clio e...
Mnemosine a sempre inevitável?
Sou cercado apenas pelos instantes...infinitos
Que me formam e reinformam, fazendo-me engasgar
Com os soluços do eterno.
Se o poeta é um solitário
Só o é por circunstância poética...
A companhia das folhas secas que
Das árvores fatidicamente caem,
sempre estará a informar a sua realidade...
Passageiro... é como o poeta é, é como haveria de ser.
Se a poesia existe é por que o poeta não é dono de si
Enquanto ela existir ele sempre será o resumo do instante,
Nem feliz nem triste, apenas o emaranhado de todas as cores e
Dores...
Felicidade de poeta é estar ali,
A um passo de onde todos estão,
Ou à frente ou atrás, mas sempre a um passo.
Ele não bebe nem sente o segredo das palavras
Compreensão passa ao largo do que ele faz
Só é poeta quem fruiu o gozo do cotidiano em suas próprias veias
Só é poeta quem nunca quis publicar um livro de poesia
Pois em essência toda poesia é secreta.
Secreta e escondida no corpo do poeta...
Seus olhos são a chave dessa estranha caixa
Só eles podem dizer o que lá dentro se encontra
Só eles são ao mesmo tempo desveladores
e guardadores de segredos...
Mas olhos não são chaves...
E o mundo de cada poeta
Jaz ali escondido,
Mesmo quando é mostrado
Continua incompreensível,
Mesmo quando explicado.
Quando ele se manifesta só se vê a Poesia
Ela existe, ele não.
Por isso ele parece confuso,
Mesmo quando claro,
Por isso ele parece-se com todos
E com ninguém...
Ele é formado por todos os fragmentos
Cotidianos, não pode ser diferente do arco-íris
Que é uma coisa só, mas possui sete cores.
É doloroso ser poeta
É doloroso...
É dor de Mãe
Fica feliz com a dor do parto
Pois isso significa um filho.
O poeta é mãe
A quem cujos filhos foram roubados após o parto
Resta-lhe apenas a alegria daquele sofrimento
E o vazio, o estranho vazio
De quem já teve um universo dentro de si
E o viu partir...
Não é poeta aquele que não está permanentemente grávido
Dos instantes...
Mas há os abortos...sim, por que são naturais,
E talvez estes sejam em número maior do que os nascimentos
Mas todo aborto prenuncia a geração de um filho mais forte,
Mais resistente...
Se a Poesia existe é por que existem os poetas...
Estes seres deslocados, aparentemente tristes,
Aparentemente confusos...
Cheios de tanta vida que dói
E nasce...
Não tenho musas nem musos,
Eles se foram ou nunca existiram...
Por isso amo todos os instantes que proporciona
Com sua presença,
E se fico parecendo confuso,
Ou deslocado, é que felicidade dói,
Ao menos para quem tem a vida dentro de si.
E ela é triste pois todos os instantes passam...
E é feliz pois todos se repetem sempre novos...
Muitas poesias morrem antes mesmo de terem nascido...
E as que nascem ou nasceram, mesmo em segredo,
Não me pertencem mais...
Por isso amo os seus instantes... sempre me alimento deles
Você me traz beleza, luz, alegria,
Às vezes dor, cansaço, melancolia,
Doces, chocolates e sorvetes...
Carnes sem fim,
Sonhos e desejos...
Em troca de tudo o que você pede,
tudo o que você precisa,
tudo o que o mundo diz que tenho que dar,
e mesmo sabendo que tudo você merece
Sou poeta, só tenho poesia para dar...
E não adianta perguntar por que as bananeiras dão bananas
Ou por que as macieiras dão maçãs...ou
Quem as inspira (?)
Poetas dão poesia, e, como as árvores
Sugam da Terra a seiva para o seu fruto
E, alimentam...não importa se doces ou amargos,
Alimentam, mesmo se forem veneno
Pois veneno nutre a morte...
Então, diante de todas as coisas que fatalmente me serão pedidas
Como Cristo que pediu figos fora de época para uma figueira,
Só espero que você goste de poemas.
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