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Você gostaria de Esculpir alguém? A onipresença do opressor - Memória Coletiva I

            Instigado pelas imagens abaixo, hoje refletirei sobre uma das muitas faces da memória. Imaginava que iria adentrar por este assunto a partir do indivíduo particular, lembranças, escolhas, questões ligadas à sua formação pessoal. Mas, eis que diante dos meus olhos apareceu essa interessante imagem. O Instituto Paulista de Arqueologia , nos informa o seguinte: Estátua de um guerreiro de Copán com as mãos amarradas atrás das costas, capturado em Chiapas. Acredita-se ter sido cativo de Toniná, pouco antes de ser decapitado e queimado . Inscrições hieroglíficas no peito e na tanga, indicam que foi súdito do senhor K'uy Nic Ajaw, pertencente à casa real do reino de Copán - Escultura em calcário medindo 1,5 metros de altura, pesando cerca de 400 quilos - Cultura Maya - Datada entre 695 e 699 d.C. - Período Clássico Tardio - Encontrada em 2011, no sítio arqueológico da cidade de Toniná, em Ocosingo (sul do México), que na época, estaria em guerra com Copán - Atualmente territ

“Tem dia que o Diabo me pega...” ou, Coisas pitorescas que ocorrem nas universidades por aqui

  O Diabo estarrecido            Hoje amanheci com a “macaca”! Se acautelem que meus diabos estão à solta! Não vivo em busca de inspiração para minhas crônicas, pois que, vez ou outra, me caem no colo tantos fatos interessantes que o mais difícil é saber qual comentar antes. Como sempre, optarei pelo perigo. Gosto do perigo, e também estes assuntos serão uma espécie de teste de interpretação de textos para alguns. Declaro, antes do início da baboseira abaixo, que sou um democrata, que sou gay e não tenho preconceito internalizado sobre mim mesmo. Falar de gênero atualmente é a coisa mais comum e a mais complicada se você resolver questionar um pouco essa política; que antes era transgressora e atualmente parece opressora.             Estou em uma cidade universitária, e quem está no meu Facebook é uma legião de professores e professoras do Brasil e do mundo. A maior parte completamente de esquerda e mais que democrática. Entretanto, não são pessoas burras, ignorantes ou opressoras

Violência e guerra, porque não haverá paz

              Ás vezes temos necessidade de escrever para exorcizar algumas coisas que não entendemos de todo e que nos assustam. Um dos temas que estavam programados para meus textos sobre a conformação do humano seria a violência, e depois a guerra. Diante de tantos conflitos ocorrendo senti a necessidade de refletir um pouco sobre nós - pessoas comuns - e a Guerra - atitude dos estados.             Em termos de propaganda política ocidental, e digo propaganda, pois foi apenas isso de que se tratou, fomos educados desde o final da Segunda Grande Guerra Mundial para desejarmos a paz e a preservarmos. E diuturnamente olhamos para trás e parece que houve um período pacífico no mundo. Entretanto, durante este período de setenta e oito anos ocorreram dezenas de guerras e guerreúnculas. Mais de 40 milhões de mortos entre a Primeira e Segunda Grande Guerras. E alguns outros milhões posteriormente. Sabemos os nomes das principais Coréia, Vietnã (pura influência americana), e diversas gue

Da leveza da Morte - Representação e Eternidade

Retratos Mortuários. Confeccionados em Fayum, Egito, sécs. II e VI D.C.             Uma das perguntas mais recorrentes que ouço é, “por que você fala tanto de morte?”. E sempre o fazem com um tom misto de curiosidade e reprovação. Diria que é uma curiosidade retórica que só deseja dizer: “Este assunto é desagradável e mórbido, fale de outra coisa”. Minhas psicólogas, psicanalistas e até mesmo um psiquiatra - que gostava de colecionar Dom Quixotes de enfeite-, tinham e têm a tendência de dizer que sou mais ou menos habitado pela Pulsão de Morte, conceito de Freud pouco explorado pelo mesmo. Talvez eu não tenha nem a pulsão de vida e nem a de morte, talvez tenha uma pulsão meia vida, moribunda, uma pulsão desfalecida, ou quem sabe - ao final - uma pulsão zumbi. A brincadeira vem do fato que no meu caso, ninguém sabe quem veio primeiro o ovo ou a galinha. Mas, eu sei que primeiro veio o ovo, uma vez que os répteis são anteriores às galinhas e elas deles descendem. Sem enrolar, o fato é

Setembro Amarelo

            Acho a idéia de um mês dedicado à prevenção do suicídio um esforço louvável. Sobretudo chama à consciência os que não pretendem se matar. Entretanto é difícil despertar uma empatia real. Algumas pessoas até se esforçam para localizar alguém que pode virar vítima de si mesma. E ainda que o façam, se encontrarem alguém, não sabem o que fazer com isso. Faltam técnicas e palavras adequadas para ajudar a pessoa que pensa em suicídio. Neste sentido, o mês parece querer dizer: “nós nos importamos”; porém, como tudo na contemporaneidade, tem o complemento “desde que não dê muito trabalho”. A outra via é que os que compartilham os mêmes deste período são os mesmos que compartilham qualquer même. Dito de outra maneira, desejam parecer simpáticos socialmente e é só.             Como disse antes, boa vontade pode ajudar, mas não é tudo neste caso. Ás vezes se pensa que suicidas são pessoas que agem em momento de desespero. Hoje se sabe que boa parte deles planeja cuidadosamente dur

Deus III - A sustentação essencial. O que é real? O que é realidade?

  Não dá para ilustrar este texto de forma adequada                 Há muito tempo atrás se alguém discutisse a realidade concreta das coisas e do cotidiano eu mandaria a pessoa “catar coquinhos”. Entretanto as experiências existenciais nos ensinam se permitimos. O tempo passou e tive vários aprendizados que considero importantes. Eles ajudaram a definir minha relação com o mundo e as pessoas. Nestas experiências, e vivências, passei a lidar com um real que é tênue. Perigosamente tênue. O risco de lidar com uma compreensão expandida do real e da realidade é perder o vínculo que torna as coisas entre nós inteligíveis e aceitáveis. Entretanto, não há nenhum caminho, místico ou não, que não passe pela discussão daquilo que nos parece óbvio, e obviamente verdadeiro, irretocável e irrevogável. Então, hoje vou refletir sobre a realidade física e social, vamos desmaterializá-la para só então, falarmos de imaginação. Mas usaremos a imaginação o tempo todo como método para essa discussão.