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Era falar de amor que eu queria....

Era falar de amor que eu queria... Era sentir amor ... Colher nos braços um abraço Descansar cansaço... Era falar de amor que eu queria Não pude. Então de impotência falo... Importante sinto-me Colho da reticência os frutos... Relutante, descanso... Fazendo muito, nunca o bastante. Era falar de amor que eu queria, Do que posso falo Um pouco falo do que conheço Um tanto falo do desconhecido Era sentir amor... Sentir amor era o que eu queria... Sem sentido amar... Amado e sentido. Não, não foi, não pude... Do que então falarei? Do que falam todos os homens Desejos não realizados Como se realizados fossem Amores impensados Como se dores não houveram sido E enfim confessarei Era falar de amor que eu queria...

A Segunda Noite - A Grande Rebelião Gay - Estória seriada - 2a. parte

A Segunda Noite A Segunda noite baixou sobre uma cidade tensa. Já não era como todas as noites de todos os tempos, era a noite onde aguardavam uma onda de violência e assassinatos. A maior parte da rapaziada gay e lésbica foi para os bares e para as boites do mesmo jeito. Recusavam-se a acreditar nesta história, mesmo por quê “caçar é preciso” . Em torno de uma da manhã, a ferveção foi interrompida por grupos militares e policiais. Grande tensão caiu sobre eles. A polícia entrou pela porta da frente da principal boite da cidade. Cercou os muros e os portões dos fundos. Enquanto um mega-fone fazia-se ouvir: “Vamos todos saindo quietinhos! Sem reagir, qualquer ameaça será respondida à bala!” Centenas de pessoas foram presas. Sob vaias entraram na Delegacia, mesmo o espaço sendo demasiadamente pequeno para tanta gente. Multidões de heteros enfurecidos esbravejavam e gritavam: “Lincha! Lincha!” Uma mãe, em fúria e lágrimas era segura pelos policiais “Esses monstros mataram meu f

A Grande Rebelião Gay - Estória seriada - 1a. parte

A Primeira Noite Aquela noite amanhecia como se fosse mais uma destas muitas noites que andam por aí desde os começos dos tempos. A metrópole bem aos poucos percebia a vida reiniciar. Os carros passando apressados, as mães deixando os filhos nas escolas, os meninos de rua deitando-se para dormir, os mendigos acordando... os pássaros voando em polvorosa ...Tudo igual, ...um grupo de pessoas num ponto de ônibus estava estranhamente atraído por um pequeno cartaz num poste. Os cartazes repetiam-se às centenas pela área central da cidade. Alguém, encoberto pela noite, os havia espalhado. “Não, isto não pode ser” dizia um, outro lia com olhos contritos e reflexivos a conseqüência do que tinha feito e dito antes, outra voz exclamava “Meu Deus” , uma mulher gorda corria para telefonar para casa. Uma avozinha dizia “ é o fim dos tempos, desde a época da minha avó a gente sabia que isto iria acontecer, do que adiantava saber? Eles escondiam-se em nossos lares, nasciam como nossos filhos, di

Nenhuma palavra mais

Para quem já disse tudo Nenhuma palavra basta... E de nada adiantaria esgotá-las todas... Apelar... pedir... justificar... É como subir um morro escorregadio em dia de chuva, Jamais se alcança o topo. A gente cai, escorrega, se machuca e tenta de novo e de novo E se insiste muito... Ainda pode morrer no caminho. Mais um Adeus... Felizes aqueles que sem mãos sobem o morro E que jamais precisaram de palavras.

O peso da língua

Deixa-me aqui, a carregar o mundo nas costas Enquanto Atlas foi ali tomar cerveja e não volta E Hercules por aqui ainda não chega, E não me diga que essa não é a minha função Pois minha função sou eu mesmo que me dou E não interessa se ela é útil ou não, Se eu digo que a minha é carregar o mundo nas costas, Que te importa que não faço todo o resto? Aproveite a carona... Pois carrego o mundo, mas não a sua opinião!

A Busca de Si

Tirar fotografias de si mesmo Olhar-se continuamente no espelho... Espantar-se ao descobrir continuamente, Ser mais alto do que os que eu julgava altos Ser mais magro do que eu acho que sou Ser mais gordo do que eu me sinto... Ser mais belo do que me vejo Ser mais feio do que realmente sou... Achar-se menor que o menor E sentir-se maior do que os grandes... Dizer o que não se diz... Negar-se continuamente a dar as respostas certas Conhecendo-as... Querer amor e não dar Amar profundamente as pessoas E querê-las distantes... Atirar-se ao mundo e retrair-se Fechar-se e abrir-se Isolar-se em meio à multidão E em meio à sala de estar... Procurar-se no Google... Dizer-me continuamente como eu sou Dizendo uma coisa diferente a cada vez... Recolher desesperadamente as referências que as pessoas me dão sobre mim... Buscar saber por estes vestígios, quem sou eu... Os outros me dizem, mas cada um diz uma coisa, E todos sabem tão pouco... Viv

À Procura de um Conto

Não posso chorar por que estou de lentes de contato. Essas coisas tolas que descobrimos na vida. Quando a esteira não basta e o chocolate não sacia... apenas coisas más e ruins fermentando... “O Reino dos Ceús é como uma mulher que escondeu uma medida de levedo em três medidas de farinha e fermentou a massa toda...” Não é apenas o Reino dos Céus que fermenta... os pensamentos mal-sãos também. As dores chegam a florescer, mas não choro, porque estou de lentes. Pelos meus olhos entraram tantas pessoas pobres hoje, que sinto que há areia neles. Os pobres saem no Natal, são como baratas no verão. Se são pobres? Oportunistas? Necessitados? São estrategistas. Têm filhos para explorá-los. Será que amam ou cuidam? O que é o amor quando não foi aprendido em casa? Sempre repito como despedida para aqueles que são meus amigos “que os humanos lhes sejam leves...” Sim, aos poucos a humanidade se tornou uma carga, uma pesada carga, incompreensível e pesada demais para ser carregada. Malthus não fo