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Luto

Essa é para um outro leitor, que encontrou este meu poema escrito sobre uma fotografia, onde eu estava de preto e a imagem me inspirou o resto... Tem sido bom conviver com os amigos leitores. Luto Há tantos lutos em mim... Sou viúvo de algumas amizades que se foram Sou viúvo de alguns amores... Choro até hoje pelos sonhos que morreram Pelas ilusões que em desilusões se tornaram Visto-me de preto como quem amou e foi amado Mas pelo destino enlouquecido, abandonado Eis que choro a morte de cada flor na primavera... De cada gota de orvalho ao amanhecer... Choro vendo a morte do dia Choro vendo a morte da noite... Sou um viúvo da vida... Não entendo as mudanças... Não entendo as partidas... Por isso... choro... E fico de luto... É tanta a dor de ver todas as coisas que morrem em mim E fora de mim... Nem tenho tempo de mudar de roupa... Nem de encontrar outra desculpa para a dor, Por isso... choro... E fico de luto...

Adapte-se

Três poemas reencontrados. Isso graças a uma leitora, Nayana, que cobrou um pouquinho mais de rabalho, bem..fui remexer o baú... Não sei se ela vai gostar, mas, estão aí. Adapte-se!! Adapte-se!! Seja realista!! Não idealize!! Por conta disso, encolhi tanto minhas expectativas Que nem eu mais valho a pena... Aceito o tão pouco das pessoas Que há mendigos por aí Que já pensam em me dar esmola... E houve aqueles que recusaram meu Halls E disseram que não fumavam cigarro de cravo! Se oferecemos tudo, só o nada é bom complemento Se nos contentamos com migalhas...até elas faltam. Por isso quando me ver por aí...sentado no meu elefante Desfilando pelas ruas, coberto por um turbante... De nariz empinado...sem nunca olhar pros lados Parecendo um príncipe Pode dizer: lá vai o mais orgulhoso dos mendigos Não recolhe mais as migalhas Nem os cães o seguem mais...

Único

Mais um poema reencontrado... Os motivos passam, os poemas ficam... Único Será que sou o único que nas lágrimas procura o sorriso? Será que sou o único que sofre por não querer sofrer? O único a não se dobrar perante o erro? O único a não negociar com a hipocrisia? O único a dizer não? Talvez sim, Os outros sabem perdoar e seguir adiante... Não me importa o quanto o prato que você me oferece é belo! Sua comida está podre! Não me ofereça a sua carne Não me alimento mais de cadáveres... Nem me importa se para isso eu mesmo não esteja mais vivo... Não irei mais dançar no palco do mundo... Não, não irei... Não sou entretenimento para os tolos... Você que trabalha feito uma besta... E que só pensa que os outros servem para satisfazer sua vã necessidade de distração... Você, que tem no dinheiro seu fim e começo, você, que não sabe nada mais do que isso... Não, eu não te perdôo a pequenez... Não me toque, não me fale... Seu toque é impuro...

Inveja

Acabei de encontrar este poema, do qual nem me lembrava mais. Mas gostei e resolvi dividir. o Nome é Inveja, mas não fala disso não... Inveja Maldito seja o Sol Que tudo alcança com seus raios! Maldito seja o Céu com suas nuvens!! Maldito seja o ar! O vento! A brisa fresca! Maldito seja o chão que está em todo lugar! Malditas sejam as pessoas! Por que brotam de todos os cantos! Malditos sejam todos os elementos! Porque todos eles te vêem e te alcançam... Parece que de todos os entes da Terra Apenas eu fui destinado a sentir a tua ausência... Eu tenho inveja deles... Pois te tocam, te envolvem, esbarram em ti Te ouvem, falam contigo... Menos eu... Mas, benditos sejam: O Sol! O Céus! As Estrelas sem fim! Que te cobrem os passos! Bendito seja o chão! Que é firme para os teus pés! Benditas sejam as pessoas! Que te amam e abraçam! Benditos todos os elementos! Porque na minha distância são eles que te cuidam! Bendita seja a Esperança! Que com

Post do leitor "Sérgio" , deu um erro no sistema, publico e comento abaixo

Recebi o seguinte comentário sobre o texto “Em defesa da aparência”, quando fui publicar nos comentários do Blog, ocorreu um erro do sistema, em razão disso reproduzo o comentário do amigo leitor: Sérgio has left a new comment on your post "Em defesa da Aparência!!": “Acho que o espelho te venceu! A questão não é, ou pelo menos não deveria ser, o magro como sendo sinônimo de 'o' belo, 'o' saudável, 'o' correto e o gordo como sendo o contrário disso - existe uma coisa que você não levou em consideração, cada um é cada um e tem gente que está muito bem sendo gordo, feliz, saudável e bem amado. Ah! Eu malho, tenho barriga de tanquinho e tudo, mas não vejo essa relação beleza/magro, feio/gordo... cuidado para não virar escravo do espelho!” Agora, Vadico responde :          Sérgio, obrigado por seu comentário. E desculpe colocá-lo em evidência por causa do pequeno erro do sistema. Seguinte, no texto eu falei sobre diversos níveis da questão da apar

Na Companhia dos Maus!!

Por medo da solidão e da incompreensão As pessoas se apequenam demais. Ouvem aquilo que nem deveria ter sido dito. Ponderam o imponderável. Aceitam o inaceitável. Dobram-se diante de reis sem reinado. Compreendem o que não merece compreensão... Tornam-se coniventes com a democracia do errado. Pensam assim se cobrir de garantias, Semeiam sorrisos, Amealham simpatias, São em todos os círculos acolhidas... E, quanto mais vemos com quem convivem, E quem são aqueles que as compreendem... Melhor nos parece a solidão. Pois há círculos nos quais Não vale a pena entrar e nem conhecer. Sempre há deuses para os quais Não vale a pena se ajoelhar. Baseadas no tênue medo De não serem aceitas, e Não terem quem as ajude A carregar as suas cargas... Elas se prostituem por migalhas, Fazendo corar as próprias putas Que bem sabem da dignidade do seu preço. Ter o carinho e a compreensão da canalha, Não é digno do homem bom. Ser só e incompreendido

Não vou sofrer por você...

         Hoje foi um daqueles dias de óculos escuros, sabe?! Aquele dia que está lindo, mas cuja claridade ofusca tanto que – para um astigmático como eu – é necessário se perder parte da sua beleza... Acordo sempre cedo e hoje não seria diferente. Nos sábados de manhã, as vezes levo meu carro para passear e aí termino sempre num café na Oscar Freire. Geralmente estou entre os primeiros clientes a se sentarem nas mesas postas na calçada. Lá, peço algo enquanto olho presbiopemente o cardápio. Costumo me dar uma manhã de imprevisível saciedade. Deixo-me levar pelas mulheres e homens bonitos que passam, experimento da sua beleza faceira... aqueles trajes da manhã de sábado... caras de acordei agora, roupas fashionmente desarrumadas, todos numa performance que de tão estudada parece natural. Eu me incluo na mesma categoria. Fui olhar e ser visto, um deleite cheio de vaidades escusas.          Entre a minha primeira xícara de café com leite (grande) e a segunda um casal sentou-se numa mes