Todas as minhas inuteis frases, desfilando, como drags-queens, num palco recém-armado...e essa chuva, que de tão chuva o céu escurece, enfeitando o espetáculo com ares de tragédia... Se ao menos um travesti apresentadora, pudesse dizer qual o próximo número, se tempestade ou se - por caridade - dançassem todos uma dance-music... Mas, esta salvação siliconada neste instante não aparece... Tenho de ouvir toda a chuva que cai, e cai, e desaba sobre mim minhas soluções inúteis. Nem da prostituição sagrada este michê - de meu coração - escapa de cobrar pesada dádiva. É por amor que este espetáculo patético, traz à luz essas salvas de ilusão, salmodiando pôças d’agua, lama e solidão, quando terminada a farsa. Eu te espero, como quem guarda um segredo E reparte em mil gotas desesperadas de coração batendo, Todos estes achados de ingratas flores despedaçadas. Como quem tropeça e cai sorvendo medos nas escadas, Eu bebo essas gotas, mal disfarçadas de tuas fotos pardas e amareladas... E toda
Blog do Escritor, historiador e prof.Dr. em Multimeios Luiz Vadico. Destina-se à publicação de contos, poesias e assuntos diversos. O autor dedica-se atualmente a uma série de contos natalinos e a um romance.