Acho que todos temos certas estórias de infância, ou no meu caso da puberdade. Não é segredo que não venho de uma família de letrados, o saber em casa é o do homem rural, a preocupação era com a natureza, o ciclo da lua, as estações, o que plantar, como plantar, como colher... De forma inusitada achou o Bom Senhor Deus que este era um bom lar para eu nascer. Então havia algumas coisas incompreensíveis para meus pais, como eu querer tocar piano aos sete, e aos dez querer escrever um livro, e aos onze estar pintando meus primeiros quadros. Talvez o que ninguém soubesse era da minha consciência infantil do valor destas coisas. Eu as via como importantes e mesmo sem saber o que elas eram eu as desejava. Foi assim com a música, a literatura e a pintura. Foi com um sentimento cheio de orgulhosa pretensão que comprei meu primeiro livro. Não foi em uma livraria. Chegou-me o Ferrugem – já imaginam a personagem – e disse que a sua profess
Blog do Escritor, historiador e prof.Dr. em Multimeios Luiz Vadico. Destina-se à publicação de contos, poesias e assuntos diversos. O autor dedica-se atualmente a uma série de contos natalinos e a um romance.