Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2010

A Busca de Si

Tirar fotografias de si mesmo Olhar-se continuamente no espelho... Espantar-se ao descobrir continuamente, Ser mais alto do que os que eu julgava altos Ser mais magro do que eu acho que sou Ser mais gordo do que eu me sinto... Ser mais belo do que me vejo Ser mais feio do que realmente sou... Achar-se menor que o menor E sentir-se maior do que os grandes... Dizer o que não se diz... Negar-se continuamente a dar as respostas certas Conhecendo-as... Querer amor e não dar Amar profundamente as pessoas E querê-las distantes... Atirar-se ao mundo e retrair-se Fechar-se e abrir-se Isolar-se em meio à multidão E em meio à sala de estar... Procurar-se no Google... Dizer-me continuamente como eu sou Dizendo uma coisa diferente a cada vez... Recolher desesperadamente as referências que as pessoas me dão sobre mim... Buscar saber por estes vestígios, quem sou eu... Os outros me dizem, mas cada um diz uma coisa, E todos sabem tão pouco... Viv

À Procura de um Conto

Não posso chorar por que estou de lentes de contato. Essas coisas tolas que descobrimos na vida. Quando a esteira não basta e o chocolate não sacia... apenas coisas más e ruins fermentando... “O Reino dos Ceús é como uma mulher que escondeu uma medida de levedo em três medidas de farinha e fermentou a massa toda...” Não é apenas o Reino dos Céus que fermenta... os pensamentos mal-sãos também. As dores chegam a florescer, mas não choro, porque estou de lentes. Pelos meus olhos entraram tantas pessoas pobres hoje, que sinto que há areia neles. Os pobres saem no Natal, são como baratas no verão. Se são pobres? Oportunistas? Necessitados? São estrategistas. Têm filhos para explorá-los. Será que amam ou cuidam? O que é o amor quando não foi aprendido em casa? Sempre repito como despedida para aqueles que são meus amigos “que os humanos lhes sejam leves...” Sim, aos poucos a humanidade se tornou uma carga, uma pesada carga, incompreensível e pesada demais para ser carregada. Malthus não fo

Luto

Essa é para um outro leitor, que encontrou este meu poema escrito sobre uma fotografia, onde eu estava de preto e a imagem me inspirou o resto... Tem sido bom conviver com os amigos leitores. Luto Há tantos lutos em mim... Sou viúvo de algumas amizades que se foram Sou viúvo de alguns amores... Choro até hoje pelos sonhos que morreram Pelas ilusões que em desilusões se tornaram Visto-me de preto como quem amou e foi amado Mas pelo destino enlouquecido, abandonado Eis que choro a morte de cada flor na primavera... De cada gota de orvalho ao amanhecer... Choro vendo a morte do dia Choro vendo a morte da noite... Sou um viúvo da vida... Não entendo as mudanças... Não entendo as partidas... Por isso... choro... E fico de luto... É tanta a dor de ver todas as coisas que morrem em mim E fora de mim... Nem tenho tempo de mudar de roupa... Nem de encontrar outra desculpa para a dor, Por isso... choro... E fico de luto...

Adapte-se

Três poemas reencontrados. Isso graças a uma leitora, Nayana, que cobrou um pouquinho mais de rabalho, bem..fui remexer o baú... Não sei se ela vai gostar, mas, estão aí. Adapte-se!! Adapte-se!! Seja realista!! Não idealize!! Por conta disso, encolhi tanto minhas expectativas Que nem eu mais valho a pena... Aceito o tão pouco das pessoas Que há mendigos por aí Que já pensam em me dar esmola... E houve aqueles que recusaram meu Halls E disseram que não fumavam cigarro de cravo! Se oferecemos tudo, só o nada é bom complemento Se nos contentamos com migalhas...até elas faltam. Por isso quando me ver por aí...sentado no meu elefante Desfilando pelas ruas, coberto por um turbante... De nariz empinado...sem nunca olhar pros lados Parecendo um príncipe Pode dizer: lá vai o mais orgulhoso dos mendigos Não recolhe mais as migalhas Nem os cães o seguem mais...

Único

Mais um poema reencontrado... Os motivos passam, os poemas ficam... Único Será que sou o único que nas lágrimas procura o sorriso? Será que sou o único que sofre por não querer sofrer? O único a não se dobrar perante o erro? O único a não negociar com a hipocrisia? O único a dizer não? Talvez sim, Os outros sabem perdoar e seguir adiante... Não me importa o quanto o prato que você me oferece é belo! Sua comida está podre! Não me ofereça a sua carne Não me alimento mais de cadáveres... Nem me importa se para isso eu mesmo não esteja mais vivo... Não irei mais dançar no palco do mundo... Não, não irei... Não sou entretenimento para os tolos... Você que trabalha feito uma besta... E que só pensa que os outros servem para satisfazer sua vã necessidade de distração... Você, que tem no dinheiro seu fim e começo, você, que não sabe nada mais do que isso... Não, eu não te perdôo a pequenez... Não me toque, não me fale... Seu toque é impuro...

Inveja

Acabei de encontrar este poema, do qual nem me lembrava mais. Mas gostei e resolvi dividir. o Nome é Inveja, mas não fala disso não... Inveja Maldito seja o Sol Que tudo alcança com seus raios! Maldito seja o Céu com suas nuvens!! Maldito seja o ar! O vento! A brisa fresca! Maldito seja o chão que está em todo lugar! Malditas sejam as pessoas! Por que brotam de todos os cantos! Malditos sejam todos os elementos! Porque todos eles te vêem e te alcançam... Parece que de todos os entes da Terra Apenas eu fui destinado a sentir a tua ausência... Eu tenho inveja deles... Pois te tocam, te envolvem, esbarram em ti Te ouvem, falam contigo... Menos eu... Mas, benditos sejam: O Sol! O Céus! As Estrelas sem fim! Que te cobrem os passos! Bendito seja o chão! Que é firme para os teus pés! Benditas sejam as pessoas! Que te amam e abraçam! Benditos todos os elementos! Porque na minha distância são eles que te cuidam! Bendita seja a Esperança! Que com