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Mostrando postagens de agosto, 2006

Filípicas

Filípicas Este caderno de poesiasé em memória a uma juventude que conheci e se foi. As vezes a beleza e o encantamento habitam tão fortemente um corpo, uma pessoa, que sou obrigado a fazer poesias. Seja lá onde vc estiver...estas são as suas pegadas no meu caminho. Poema I Só quem amou... Prendeu o tempo com as mãos e, engoliu-o cobrindo-se de eterno e de desespero... Só quem amou... Encontrou paz no adverso... Soube escorrer pelo infinito como as águas de um rio e, no mesmo instante ser represa... e ser desejo... e ser frustração de desejos... Só quem amou... Sabe o que é contar estrelas com os cabelos... Andar do avesso e, odiar plenamente a liberdade Só quem amou ... Se fez pauta, música e instrumento... E ainda assim não foi ouvido e, não se perturbou... Quem faz os astros inatingíveis? Quem faz a noite escura? Quem faz úmida essa água? Quem faz eterno os pesadelos e os sonhos? Quem faz todo o mundo girar como se fosse um só? Quem faz todo o universo sangrar sem feridas? Quem

O Cavaleiro e a Flor

A Flor e o Guerreiro Eu menti, entende? Eu menti... Eu não era o guerreiro Que levava a flor na mão, Eu era a flor na mão do guerreiro... Riacho Porque sou o riacho que se atira, ao infinito dos céus, da altura dos montes, És o leito rochoso a suavizar minha queda, conformando meu curso, Para que não dilacere a terra. Repouso Escutei todas as vozes, Caminhei por todos os corpos, Mas, no teu espírito O meu encontrou descanso E assim... Meu corpo tornou-se feliz. Harmonia Se as notas que assoprava em minha flauta, até agora eram Dispersas, você as transformou em melodia. Precedido Desde de já invejo a luz Que entra pelos teus olhos, O aroma pelo teu olfato O frio e o calor que tocam A tua pele...e, meu Deus! Que vento é este que desmancha Teus cabelos? Por enquanto sou apenas a voz Que procura teu ouvido Em breve desejo ser tudo para o teu corpo. União Sou Orfeu e tu És Eurídice... Sou alma e tu O anseio que nela habita. Delicadeza Meu amado vi como os juncos, à beira do rio incl

Casa de Aborto: Criança Feliz! - Vilhena Marco-zero

Início da viagem Para quem tem tantas opções, o terror parece ser a mais segura delas. Tão claros são os olhos dos que partem... Radiosos em direção ao futuro... Incertos... e... despertos Para quem tem tanto... Tão pouco é restado, Tão pouco... Tão pó, Tão circunstanciado. Desejos não são mais do que sombras do passado. O futuro é o deleite dos tolos... Início II O garoto de Itápolis que se olhava na vidraça Ainda se olha na vidraça... Ainda encontra seus próprios olhos refletidos, Num dia de chuva... O garoto que se via Aina se vê... E seus olhos cheios de medo.. Ainda estão lá... Fitando-o...na mesma medida que os olha. Incapaz de ver atravésdos vidros.. Incapaz... Pára diante de seus próprios olhos... Pára.. E nada mais vê. Tem medo de si? Tem medo de ver mais? Tem medo? Será que é a chuva que não pára, Será que são os olhos, Será, enfim, apenas o menino? O garoto de Itápolis que se olhava na vidraça, Ainda se olha... Ainda se olha.. Ainda se olha... E tem medo, E tem dor... E ..n

Loreley dos Rochedos - Canção do último adeus

Todas as minhas inuteis frases, desfilando, como drags-queens, num palco recém-armado...e essa chuva, que de tão chuva o céu escurece, enfeitando o espetáculo com ares de tragédia... Se ao menos um travesti apresentadora, pudesse dizer qual o próximo número, se tempestade ou se - por caridade - dançassem todos uma dance-music... Mas, esta salvação siliconada neste instante não aparece... Tenho de ouvir toda a chuva que cai, e cai, e desaba sobre mim minhas soluções inúteis. Nem da prostituição sagrada este michê - de meu coração - escapa de cobrar pesada dádiva. É por amor que este espetáculo patético, traz à luz essas salvas de ilusão, salmodiando pôças d’agua, lama e solidão, quando terminada a farsa. Eu te espero, como quem guarda um segredo E reparte em mil gotas desesperadas de coração batendo, Todos estes achados de ingratas flores despedaçadas. Como quem tropeça e cai sorvendo medos nas escadas, Eu bebo essas gotas, mal disfarçadas de tuas fotos pardas e amareladas... E toda

Para O que É Próprio do Ser Inumano ou Memórias de uma fragmentação

Apresentação Antes dessa apresentação havia uma outra, que certamente o Delete cotidiano apagou, onde eu me desculpava continuamente por tentar fazer reflexões e ao mesmo tempo menosprezava a minha poesia. Ainda bem que se apagou. Não costumo sair por aí dizendo oque é certo ou errado, e seria uma grande tolice minha tentar escapar às críticas retirando dos leitores mais ácidos a sua principal arma: o dizerem que não faço poesia. Não desejo mais escapar de nenhuma crítica e nem ser sua vítima, no entanto, saibam que faço poesia. E faço não por que possuo a técnica mas sim por que a poesia me possui. E ela faz isto da mesma forma com todos os poetas, sejam bons ou mediocres, arrancando para fora de suas almas este grito de existência. E nesta surrealidade por onde navegamos, nos ensina a mascarar ou desmascarar a realidade encontrada, a humana realidade...Extrapolar essa condição, exatamente quando se volta para ela, é próprio do poeta. Muitas vezes desvelar máscaras não signi